Academia Khan recebe Prémio Princesa das Astúrias

Plataforma gratuita online de ensino de matemática, finanças e economia tem actualmente 60 milhões de alunos em mais de 190 países.

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Salman Khan fundou a Academia Khan em 2008 Reuters/ Stephen Lam

Salman Khan, o engenheiro norte-americano de ascendência bengali que fundou a Academia Khan, foi anunciado esta quarta-feira como o vencedor do Prémio Princesa das Astúrias de Cooperação Internacional, em conjunto com a sua organização, pelo seu contributo para a formação e educação de milhares de pessoas em todo o mundo, através de vídeos partilhados na Internet. As suas aulas de matemática, economia e finanças em formato de vídeo chegam a mais de 60 milhões de alunos e estão traduzidas em 36 idiomas. 

O júri que atribuiu o galardão destacou a “preparação académica” de Salman Khan e a sua capacidade pedagógica, que lhe permitiram “consolidar um formato original e transformador” que oferece material educativo gratuito, através da internet, a pessoas de “todas as idades, em qualquer lugar do mundo”.

Salman Khan, de 43 anos, nasceu nos Estados Unidos, numa família de origem indiana e bengali. Estudou no ensino público e licenciou-se em Matemática, Engenharia e Informática pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT).  Khan fez depois um mestrado em Administração de Empresas na Universidade de Harvard, onde começou a trabalhar como analista financeiro.

Em 2004, Khan ofereceu-se para ajudar sua prima Nadia, que vivia noutra cidade, a estudar matemática à distância, com o apoio de algumas ferramentas básica de informática. Os bons resultados dessa fórmula fizeram com que Khan, pouco tempo depois, acompanhasse à distância o progresso de vários familiares com problemas escolares semelhantes.

Em 2006, Salman Khan começou a publicar vídeos no Youtube de forma gratuita, onde dava explicações sobre vários temas. Dois anos depois, criou a Academia Khan, uma organização sem fins lucrativos para a qual se dedicou totalmente a partir de 2009, quando apresentou a sua demissão do fundo de investimento para o qual trabalhava.

O sistema, assegura o seu criador, “permite aos alunos aprenderem ao seu ritmo, dentro e fora da sala de aula, de uma forma inovadora e adaptável, identificando os pontos fortes e as lacunas da aprendizagem”, disse, citado pelo El Mundo.

A Academia Khan está actualmente presente em mais de 190 países, incluindo Portugal, e tem cerca de 60 milhões de utilizadores e uma colecção de 20 mil vídeos com lições e exercícios.

Este é o terceiro galardão que a Fundação espanhola anuncia este ano, depois de ter concedido nas últimas semanas ao Museu do Prado o prémio de Comunicação e Humanidades e ao encenador britânico Peter Brook o prémio das Artes.

Cada um dos galardoados com o Prémio Princesa das Astúrias recebe uma escultura do pintor e escultor espanhol Joan Miró – símbolo que representa o galardão -, 50.000 euros, um diploma e uma insígnia entregues numa cerimónia solene presidida pelo rei de Espanha, Felipe VI, que terá lugar em Outubro no teatro Campoamor, em Oviedo.

Já foram galardoados em anos anteriores com o Prémio Princesa das Astúrias da Cooperação Internacional, entre outros, a Amref África (2018), a Organização Mundial da Saúde (2009), Al Gore (2007), Simone Veil (2005), Luiz Inácio Lula da Silva (2003), Fernando Henrique Cardoso (2000), Helmut Kohl (1996), Mário Soares (1995), Jacques Delors e Mikail Gorbachov (1989).

Os Prémios Princesa das Astúrias distinguem o “trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário” realizado por pessoas ou instituições a nível internacional. O prémio para a Cooperação Internacional é concedido pelo trabalho de desenvolvimento e fomento da saúde pública, universalidade da educação, protecção e defesa do meio ambiente e progresso económico, cultural e social dos povos.

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