Membro do Governo italiano demitido por suspeitas de corrupção

Armando Siri, escolhido pela Liga, é suspeito de ter recebido suborno de empresário ligado à Mafia. Caso está a envenenar as relações dos partidos da coligação governamental.

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Luigi di Maio, Giuseppe Conte e Matteo Salvini REMO CASILLI/Reuters

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, demitiu do Governo o subsecretário de Estado Armando Siri, suspeito de estar envolvido num escândalo de corrupção, apesar de grande resistência da Liga, o partido de Matteo Salvini, pelo qual tinha sido nomeado.

Este é um dos casos que tem envenenado as relações entre os dois partidos da coligação de governo em Itália, a Liga e o Movimento 5 Estrelas (M5S), cada vez mais agrestes à medida que se aproximam as eleições europeias.

O ministro dos Transportes, Danilo Toninelli, tinha já retirado a Siri a pasta das Infra-estruturas, pouco depois de ter sido anunciada a abertura de um inquérito judicial sobre as acusações de que terá aceitado um suborno no valor de 30 mil euros do proprietário de um parque eólico com ligações à Mafia siciliana.

O empresário e Siri – que é um dos conselheiros económicos do ministro do Interior, Matteo Salvini – garantiram estar inocentes.

O M5S apresenta-se como um movimento político impoluto, com uma posição intolerante em relação à corrupção, e insistiu que Siri não poderia continuar no Governo, enquanto Salvini defendia que deveria continuar até que fosse provada a sua culpa. As tensões entre os dois partidos fizeram disparar as taxas de juro.

Luigi di Maio, líder do M5S e um dos vice-primeiro-ministros, disse estar “muito orgulhoso da decisão”, e insistiu que a coligação continuará, apesar das disputas. “Não é uma vitória para o 5 Estrelas, mas para os italianos”, afirmou. Salvini, o outro vice-primeiro-ministro, não se manifestou após a reunião restrita do conselho de ministros em que foi decidido o afastamento de Armando Siri.

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