Cristã acusada de blasfémia no Paquistão já chegou ao Canadá

Asia Bibi foi ilibada pelo Supremo paquistanês há sete meses, ao fim de oito anos no corredor da morte. Caso provocou divisões no país – dois políticos que tentaram ajudá-la foram assassinados.

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Bibi em 2010 ao lado do governador Salman Taseer, que viria a ser assassinado Reuters/Stringer Pakistan

Asia Bibi, a cristã paquistanesa que foi condenada à morte em 2010 por blasfémia e que foi ilibada em 2018 pelo Supremo Tribunal de Islamabad, chegou ao Canadá com o seu marido.

A informação da saída do país de Asia Bibi foi avançada pelos canais de televisão paquistaneses Geo e ARY,​ e o advogado de cristã paquistanesa, Saif Ul Malook, confirmou à norte-americana CNN que ela já chegou ao Canadá.

Desde que foi libertada, em Outubro de 2018, Asia Bibi, uma mãe de cinco filhos do Punjab, vivia com a família em residências seguras do Estado, devido às múltiplas ameaças de morte de que era alvo, de grupos islamistas radicais. A sua libertação desencadeou motins nas ruas, exigindo que Bibi fosse executada e não fosse autorizada a sair do país.

Em Novembro, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, revelou que o seu país estava em negociações com o Paquistão sobre o futuro de Bibi. Os seus filhos já estão no Canadá.

Asia Bibi, uma agricultora, foi condenada em 2010 por fazer comentários considerados depreciativos sobre o islão – quatro dos seus vizinhos, que trabalhavam com ela nos campos, e acusaram-na de ter bebido do balde usado por eles para tirar água do poço, o que não deveria fazer porque não era muçulmana. De acordo com a lei paquistanesa, a blasfémia pode ser punida com a pena capital - daí a sua condenação à morte.

O caso de Asia Bibi indignou cristãos um pouco por todo o mundo e tem sido uma fonte de divisão no Paquistão. Dois políticos que tentaram ajudá-la foram assassinados, incluindo o governador da província do Punjab, Salman Taseer, morto pelo seu próprio guarda-costas.

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