Francês atravessou o Atlântico a boiar num “barril”

Aventureiro de 72 anos chegou este domingo a Santo Eustáquio, nas Caraíbas, quatro meses depois de ter deixado as Canárias.

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O francês dentro da sua embarcação BOUTESA

Era ainda Dezembro, um dia após o Natal, quando Jean-Jacques Savin, um aventureiro francês de 72 anos, partiu das Ilhas Canárias com uma missão: atravessar o Atlântico e chegar às Caraíbas até ao final de Março. A viagem seria inteiramente realizada a bordo de uma embarcação invulgar, uma cápsula em forma de barril cor de laranja.

Savin não conseguiu terminar a viagem dentro do prazo estabelecido e passou os primeiros quatro meses de 2019 dentro do “barril”, a flutuar a cerca de dois ou três quilómetros por hora, uma vez que a cápsula não tinha nenhuma espécie de motor e era movida inteiramente pelas correntes marítimas. Este domingo, o francês desembarcou finalmente na pequena ilha de Santo Eustáquio, nas Caraíbas, concluindo assim uma travessia de 4715 quilómetros.

O barril projectado pelo ex-militar tem três metros de comprimento por 2,10 de largura, e foi construído em poliéster, um polímero de elevada resistência. O interior estava equipado com o necessário para ser habitado durante alguns meses: uma pequena cozinha com um fogão, uma cama, uma pequena dispensa e ainda uma zona de escritório. 

A embarcação tinha ainda janelas para que Savin pudesse ver o mar, incluindo debaixo de água. A única coisa que não tinha era qualquer sistema que permitisse controlar a rota da cápsula. 

Esta viagem não foi a primeira grande aventura de Savin, um antigo militar pára-quedista que mais tarde trabalhou na aviação privada e fez longas viagens de veleiro.

Não foi, contudo, uma aventura inteiramente solitária. Um dispositivo GPS permitiu aos seus amigos, fãs e apoiantes seguir a sua rota através da internet. O francês foi também alimentando uma página de Facebook como uma espécie de diário de bordo, com a ajuda de uma equipa em terra.

O francês​ foi também deixando pequenas bóias de sinalização ao longo da rota para ajudar a organização internacional de observatórios marinhos JCOMMOPS — ​patrocinadora da viagem —  a estudar as correntes oceânicas.

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