Apple vendeu menos iPhones, mas ganhou nos serviços e surpreendeu o mercado

Acções da Apple disparam com anúncio de uma forte subida das vendas de serviços, iPads e wearables. Tim Cook acredita na retoma das vendas do iPhone na China.

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Reuters/Lucas Jackson

A Apple anunciou esta terça-feira que o número de vendas do iPhone caiu em 17% no segundo trimestre do ano fiscal de 2019 em relação ao período homólogo, a maior quebra registada nas vendas daquele produto. No entanto, os dados anunciados ao mercado indicam que um recente recuo nas vendas na China começou a estabilizar, e os números são melhores que os esperados pelos analistas, impulsionando o valor das acções em bolsa da tecnológica californiana.

Logo após a divulgação, a Apple viu o preço das suas acções subir em mais de 5% para cerca de 211 dólares (188,61 euros) contra os 200 dólares (178 euros) registados no fecho do mercado na segunda-feira.

Neste segundo trimestre, as receitas das vendas de iPhone saldaram-se então em 31 mil milhões de dólares (27,64 mil milhões euros), contra os 58 mil milhões de dólares (51,72 mil milhões euros) arrecadados no período homólogo.

O fim da desaceleração das vendas na China, que beneficiou os resultados gerais, é justificado com uma redução dos preços que ajudou a Apple a recuperar terreno naquele mercado-chave nas semanas finais do trimestre. No gigante asiático, a Apple luta contra os preços mais baixos praticados pela Huawei, Xiaomi, Oppo e a Vivo, que fabricam e vendem aparelhos de características semelhantes ao iPhone.

A empresa espera agora uma subida das vendas no próximo trimestre para um intervalo entre os 52,5 (46,82) e os 54,5 mil milhões de dólares (48,60 mil milhões de euros).

Tim Cook, CEO da Apple, deposita ainda expectativas na assinatura, “em breve”,  de um acordo comercial entre os EUA e a China que permita reduzir tarifas sobre os produtos da empresa exportados para o país asiático, e consequentemente baixar o preço de venda ao consumidor chinês. “O relacionamento comercial, em relação ao trimestre anterior, é melhor. O tom é melhor”, disse Cook numa entrevista à Reuters. “A soma de tudo isso junto tem-nos ajudado”.

Apesar do recuo efectivo nas vendas de iPhones e dos computadores Mac no primeiro trimestre, a Apple registou uma subida das receitas na comercialização de serviços online (através da sua loja de aplicações Apple Store e da Apple Music, entre outras plataformas) para 11,45 mil milhões dólares (10,21 mil milhões euros, mais que os 11,32 mil milhões esperados pelos analistas).

As vendas do iPad e respectivos acessórios registaram a maior subida em seis anos. Na categoria dos produtos wearable, de casa e respectivos acessórios, a Apple atingiu vendas de 5,1 mil milhões de dólares (4,54 mil milhões de euros). 

“Alcançámos o nosso crescimento mais forte na venda de iPads em seis anos. Este sucesso dá-nos confiança de que as coisas estão um pouco melhores”, disse Tim Cook em comunicado, onde também assinalou as apostas mais recentes da Apple: em Março, por exemplo, a “marca da maçã” anunciou o lançamento da Apple TV+, uma plataforma de comercialização de filmes, séries e documentários online para competir com o Netflix; outra plataforma de videojogos, e outra ainda de assinatura de revistas e jornais.

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