O maior hospital de falcões do mundo também ajuda a preservar a herança cultural

Christopher Pike/Reuters
Fotogaleria
Christopher Pike/Reuters

Falcões na sala de espera, em preparação e recuperação de cirurgia ou, simplesmente, em consulta. As imagens da fotogaleria mostram o que acontece no Hospital de Falcões de Abu Dhabi, o maior do mundo, que funciona não só como principal centro de medicina, mas também de investigação e treino destes animais que fazem parte do legado cultural dos Emirados Árabes Unidos.

"A falcoaria é uma das poucas oportunidades de os descendentes de beduínos se reconectarem com o passado", explica à Reuters Margit Muller, directora do hospital e veterinária com mais de 25 anos de experiência a tratar estas aves. O desporto, que consiste em cuidar e treinar falcões para caçar, é visto como uma herança das condições difíceis da vida no deserto, onde as aves eram utilizadas "para caçar carne e assegurar a sobrevivência da família", conta a veterinária, citada no mesmo texto. "[Os falcões] Sempre foram considerados as crianças das famílias e isso permanece até hoje."

São, por isso, tratados com extremo cuidado: "Às vezes têm um acidente durante a noite e os donos ficam lá sentados [no hospital] durante horas, até de manhã." Capazes de atingir velocidades superiores a 300 quilómetros por hora, estas aves podem sofrer lesões graves quando colidem com a presa, calculam mal uma aterragem ou ingerem carne infectada. E é nestas situações que os donos procuram o hospital que, por ser subsidiado pelo Governo, permite o acesso a pessoas de todas as classes, explica Margit Muller.

Mas há regras a cumprir: nos Emirados Árabes Unidos, apenas é legal ter falcões-peregrino, que devem ter o seu próprio passaporte, e não é permitido caçar fora de algumas reservas, o que leva os donos a treinar os falcões de outra forma: usam carne para os fazer voar para países como o Paquistão, Marrocos e outros da Ásia Central. 

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