Venezuela - cronologia da crise

A pressão aumenta na Venezuela, com a libertação de um carismático dirigente da oposição e a marcação de um protesto nacional para 1 de Maio.

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Guaidó e López no centro de Caracas esta terça-feira Reuters

Março 2013

O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que cativou a população empobrecida da Venezuela com o seu “socialismo do século XXI” nos 14 anos em que governou o país, morre de cancro aos 58 anos. Indicou que o seu vice-presidente, Nicolás Maduro, devia suceder-se na presidência.

Abril 2013

Nas eleições presidenciais (mandatos de seis anos) Maduro vence, por curta margem, o candidato da oposição Henrique Capriles (do partido Primeiro Justiça, centro-esquerda), que no ano anterior Chávez derrotara com facilidade. Caprilles e os seus aliados denunciaram fraude eleitoral e milhares de pessoas manifestaram-se nas ruas contra os resultados.

Fevereiro 2014

As forças de segurança prendem o carismático dirigente da oposição Leopoldo López (do partido Vontade Popular, centro-direita), acusando-o de incitar a revolta depois de uma onda de protestos que ficou conhecida como “A Saída” porque exigia a saída de Maduro.

Dezembro 2015

A coligação da oposição Mesa de Unidade Nacional ganha as legislativas e passa a ter maioria na Assembleia Nacional pela primeira vez em 16 anos. Na génese desta vitória está o descontentamento da população com a recessão económica e a inflação galopante depois da queda do preço do petróleo. 

Março 2017

O Supremo Tribunal, alinhado com o Partido Socialista Unido da Venezuela, anuncia que assume as funções da Assembleia Nacional. Rapidamente volta atrás devido aos protestos internos e internacionais, mas a decisão faz eclodir manifestações contra o Governo - cem pessoas morrem.

Julho 2017

O Governo marca um referendo, boicotado pela oposição, para aprovar a criação de um poderoso órgão legislativo, a Assembleia Constituinte. A sua função era reescrever a Constituição mas assume rapidamente o papel de parlamento. Maduro foi acusado de estar a violar a democracia.

Fevereiro 2018

As conversações entre o Governo e a oposição fracassam devido a desentendimentos sobre a data das eleições presidenciais. O Governo anuncia que as eleições serão na primeir ametade do ano, os principais partidos da oposição anunciam um boicote.

Maio 2018

Maduro é reeleito frente a um candidato da oposição pouco conhecido. A afluência às urnas foi baixa e houve acusações de compra de votos e fraude. A oposição interna, os Estados Unidos, o Grupo de Lima e a maior parte dos países da América Latina anunciam que não reconhecem os resultados.

Janeiro 2019

Maduro toma posse para um segundo mandato. Juan Guaidó, um deputado pouco conhecido da Assembleia Nacional, assume a liderança da oposição (após a prisão ou a fuga para o estrangeiro dos principais dirigentes) e chama “usurpador” a Nicolás Maduro.

Janeiro 2019

Guaidó auto-proclama-se Presidente interino durante a maior manifestação em Caracas desde 2017. É reconhecido por mais de 50 países, entre eles os EUA, a maior parte dos vizinhos da Venezuela e o bloco formado pela União Europeia.

Janeiro 2019

Os EUA adoptam sanções para impedir a empresa petrolífera estatal, a PDVSA, de receber os dividendos das vendas de crude, cortando-lhe a principal fonte de receitas e pressionando a mudança do regime.

Fevereiro 2019

A Guarda Nacional bolivariana bloqueia a fronteira entre a Venezuela e a Colômbiam impedindo a entrada de ajuda humanitária para o país a braços com falta de produtos básicos. “Não há cris ehumanitária nenhuma”, diz Maduro acusando Guaidó de orquestrar um golde de Estado com os EUA e a Colômbia. 

Março 2019

Um apagão deixa Caracas e 15 dos 23 estados venezuelanos às escuras duante vários dias. Maduro fala em “sabotagem”.

Abril 2019

No dia 29, Juan Guaidó e um grupo de militares (entre eles dos poderosos serviços secretos) retiram o carismático Leopoldo López da prisão domiciliária e anunciam o início da Operação Liberdade. Marcam para 1 de Maio um protesto nacional para retirar Maduro do poder, mas a população começa a sair à rua logo de seguida.

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