Marcelo deseja que Espanha “continue o seu percurso como grande democracia”

“As relações entre os dois países nunca são afectadas pela evolução democrática normal em qualquer deles”, disse o Presidente da República sobre um possível cenário de indefinição política em Espanha por o PSOE ter que se entender com outros partidos.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente da República escusou-se a comentar em Pequim o resultado das eleições legislativas em Espanha, mas expressou o desejo de que o país vizinho “continue o seu percurso como grande democracia, como grande economia”.

“O que nós desejamos é que, como sempre, a Espanha continue o seu percurso como grande democracia, como grande economia, como grande país irmão, vizinho, e portanto, com uma projecção na Europa e no mundo que é indiscutível”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que iniciou nesta segunda-feira uma visita de Estado à China, foi questionado sobre as eleições espanholas deste domingo durante uma visita ao Templo dos Lamas, em Pequim, e começou por recusar “comentar o que se passa em Espanha”, por estar fora do país, adiantando que também não o faria “mesmo que estivesse em Portugal”. “É um assunto da vida política espanhola”, justificou.

No entanto, em seguida, expressou o desejo de que o país vizinho “continue o seu percurso como grande democracia” e considerou que “aquilo que for bem para a Espanha é bom para a Europa e, naturalmente, é também bom para Portugal”.

Interrogado se não teme que a indefinição política possa afectar as relações económicas entre Lisboa e Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que não, defendendo que “as relações entre os dois países nunca são afectadas pela evolução democrática normal em qualquer deles”.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi o mais votado nas eleições legislativas de domingo em Espanha, mas sem maioria absoluta, conquistando cerca de 29% dos votos e elegendo 123 dos 350 deputados do Parlamento (agora tinha 85).

O Partido Popular (PP) ficou em segundo lugar, com perto de 17% dos votos e 66 deputados (tinha até agora 137), seguindo-se o Cidadãos, com 57 deputados; o Unidas Podemos, com 42 deputados; o Vox com 24 e o ERC 15. Os partidos mais pequenos somam os restantes 23 deputados.

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