Redução de 35 por cento nos passes avança a 1 de Maio na Lezíria

O passe mensal de autocarro entre Santarém e Almeirim, por exemplo, passa de 40 para 26 euros. Já percursos mais alargados como o Golegã-Santarém ou o Rio Maior-Santarém passam a beneficiar de reduções da ordem dos 40 euros.

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amc antonio carrapato

A Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) e os operadores de transportes públicos rodoviários que actuam nesta região ribatejana assinaram, na tarde de dia 24, contratos de redução tarifária, que vão permitir descontos de 35 por cento nos passes em vigor. A medida entra em vigor no dia 1 de Maio, mas não abrange, para já, os transportes ferroviários. Segundo a CIMLT, a introdução do transporte ferroviário depende ainda de um contrato interadministrativo com o Ministério das Infra-estruturas.

“Estamos à espera de autorização para assinar também acordos com a CP”, refere Pedro Ribeiro, presidente da CIMLT e da Câmara de Almeirim, vincando que os descontos de 35 por cento nos passes mensais abrangem, para já, os transportes rodoviários existentes nos onze concelhos da Lezíria do Tejo. Tal como na Área Metropolitana de Lisboa​, esta medida não se aplica aos transportes escolares e aos serviços de autocarros Expresso. Nos transportes para outras comunidades intermunicipais vizinhas haverá descontos variáveis.

A Lezíria do Tejo foi, no final de Março, uma das regiões que não aplicou de imediato esta redução tarifária por alegadas discrepâncias nos títulos de transportes que lhe foram apresentados. “A CIMLT teve reuniões com os operadores rodoviários, com a CP, com as comunidades intermunicipais envolventes e com a Área Metropolitana de Lisboa. Estavam criadas as condições para aplicar a redução a 1 de Abril de 2019”, explicou a CIMLT em comunicado distribuído a 27 de Março, vincando que, “à última hora”, no decorrer das negociações, “deparou-se com uma quantidade de títulos diferente daquela com que vinha trabalhando desde o início de Fevereiro, o que obriga a refazer todos os cálculos, quer para a redução dos passes rodoviários, quer para a redução dos passes ferroviários”. Por isso, a entrada em vigor do “pacote” de descontos na área da Lezíria do Tejo foi adiada para Maio.

Agora, a CIMLT explica que vai aplicar nestas medidas a totalidade do valor (1 milhão de euros) que vai receber do Estado central no âmbito deste Programa de Apoio à Redução Tarifária. De acordo com os dados disponíveis, existem, actualmente, cerca de 80 mil assinaturas de passes sociais nos onze municípios da Lezíria do Tejo (Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra e Santarém), que somam cerca de 245 mil habitantes. O alargamento à vertente ferroviária é considerado, também, determinante para o sucesso do programa, uma vez que a Lezíria do Tejo é atravessada pela Linha do Norte e tem no seu território a estação terminal de Azambuja, utilizada por muitos habitantes da região. 

A excepção, para já, é para quem utiliza os comboios urbanos de Lisboa no percurso entre Azambuja e Carregado (que já fica de fora da AML). A partir de 1 de Maio vai poder comprar um complemento para esse percurso por 50 cêntimos mensais, que combinam com o passe Navegante.

As negociações que a CIMLT desenvolveu com a Área Metropolitana de Lisboa levaram a que esta última contribua com cerca de 90 mil euros para que se apliquem também reduções nas tarifas cobradas por transportes entre as duas regiões vizinhas.

A CIMLT divulga, também, uma tabela de aplicação dos descontos nas deslocações entre as sedes dos seus onze municípios. O passe mensal de autocarro entre Santarém e Almeirim, por exemplo, passa de 40 para 26 euros. Já percursos mais alargados como o Golegã-Santarém ou o Rio Maior-Santarém passam a beneficiar de reduções da ordem dos 40 euros. Nas ligações para Lisboa, um passe Benavente-Lisboa, que custava cerca de 136 euros, passa a custar pouco mais de 88 e um passe intermodal entre estes dois concelhos, que abrange também o Metro e a Carris, desce de 164 para cerca de 106 euros.

Ainda assim, haverá passes mensais intermodais regionais que ficarão muito acima dos valores anunciados para a Área Metropolitana de Lisboa (AML). Se os habitantes da AML podem usufruir de um passe deste género por 40 euros mensais, um habitante de Alcoentre (concelho de Azambuja) ou de Rio Maior ainda terá que pagar mais de 120 euros mensais para viajar para Lisboa, embora beneficie de uma redução da ordem dos 60 euros.

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