Por que vem o meu produto cosmético numa ampola?

Foto
Ana Francisconi/Unsplash

Apesar de as ampolas capilares para a queda do cabelo serem as mais comuns, o mercado cosmético de ampolas para aplicação na pele está em larga expansão. Esta forma está associada a cosméticos de precisão: substâncias concentradas para regiões da pele limitadas e com resultados imediatos.

A maioria dessas ampolas contém uma formulação líquida bifásica aquosa ou com óleos vegetais misturados com ingredientes activos (ex. vitaminas; aminoácidos; ácido hialurónico) que combatem os diversos sinais de envelhecimento cutâneo (rugas; flacidez; pigmentação, etc.). Após a aplicação, obtém-se um efeito flash no rosto, recuperando quase de imediato a luminosidade, hidratação e nutrição cutâneas. No caso das ampolas de uso corporal, os ingredientes são essencialmente lipolíticos, drenantes e reafirmantes usados em mesoterapia no combate à celulite (ex. cafeína, cacau, alga spirulina, etc).

Mas por que será que o cosmético vem em forma de ampola líquida em vez do tradicional boião ou bisnaga de creme?

Existem diversas razões que justificam a escolha das ampolas de vidro, tais como:

  1. Maior estabilidade físico-química e microbiológica da formulação devido à menor exposição ao ar e à luz e ao menor contacto com as mãos do consumidor, tendo em conta que as ampolas são de vidro escuro seladas e apenas servem para 1-2 aplicações. A utilização de ampolas descartáveis, de utilização única, garante a esterilidade da preparação até ao uso, proporcionando uma cosmética “limpa”. 
  2. Maior conservação e compatibilidade da formulação com o material de embalagem, pois o vidro é por norma mais compatível com os ingredientes activos, sendo considerado um dos melhores materiais de acondicionamento.
  3. Maior concentração de ingredientes activos do que o “creme habitual” e maior poder de penetração cutânea por ser uma formulação mais concentrada e com uma textura mais fluida.

As formulações cosméticas sob a forma de ampolas podem ser aplicadas directamente na pele limpa ou com o auxílio de um rolo com microagulhas (Dermapen ou Dermarollor), favorecendo ainda mais a penetração cutânea dos activos às camadas mais profundas da pele e aumentando a eficácia deste tipo de cosméticos.

Deste modo, dispensam a aplicação posterior do creme. Devido à sua potência, em geral não devem ser usadas diariamente mas antes quando se pretende um boost de beleza, ou seja, um tratamento de choque com resultados imediatos. Assim, é importante que se leia com a atenção as instruções de uso, pois a frequência de aplicação vai depender do tipo de ampola. A aplicação pode ser feita por um profissional ou pelo próprio consumidor em casa.

Por outro lado, os principais inconvenientes a destacar são:

  1. A fragilidade do vidro e possível quebra acidental, podendo eventualmente causar cortes na pele – para evitar tal situação, aconselha-se a usar sempre o dispositivo de quebra da ampola e o aplicador.
  2. O elevado custo, embora o preço seja variável consoante as marcas e a composição das ampolas.

Não obstante, as ampolas já conquistaram uma posição de destaque no mercado da “alta cosmética”.

Sugerir correcção
Comentar