Onde jaz o teu jazz, Christian Scott?

Aquele a quem já chamaram o novo Miles Davis não quer enterrar o jazz, mas, sim, “esticá-lo”: como um morto-vivo que, em celebratória passada, se reergue apoiado em remotos, inesperados ecos e odores. Isto não é música: é Strecht Music!

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“Where do you live?”. É assim que, após demorado silêncio na sequência da primeira pergunta, Christian Scott reage. Um certo e indisfarçável tom passivo-agressivo. “I can’t remember the last time I toured in Portugal…”. Segundos antes, havíamos-lhe perguntado se não sentia uma certa injustiça pelo facto de, num tempo em que o jazz se deixou aproximar do (pelo) mainstream e nomes como Kamasi Washington, Robert Glasper ou Thundercat constam agora de Ipods e Spotifys de jovens sem formação musical e das mais diversas camadas sociais, o seu nome ter ficado um pouco esquecido pelo caminho. Isto, esta contextualização, só lhe conseguiremos explicar minutos depois. Antes disso, Scott, nascido em 1983 na capital do jazz Nova Orleães e senhor de uma vasta e impressionante obra, trompetista que um dia disse que tocar o instrumento era uma necessidade física como treinar o boxe que aprendeu em miúdo, fará questão de defender a sua dama.

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