Este Benfica de Lage não é para taças

“Encarnados” foram eliminados da Liga Europa depois de perderem na Alemanha. Erros próprios e da equipa de arbitragem na base do desaire.

Vlachodimos
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Vlachodimos Reuters/RALPH ORLOWSKI
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Lance do jogo em Frankfurt Reuters/KAI PFAFFENBACH
,Fernando Llorente
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Rode Festeja o seu golo Reuters/KAI PFAFFENBACH
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A desilusão dos jogadores do Benfica LUSA/SASCHA STEINBACH
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Bruno Lage seria expulso do banco do Benfica pouco antes do intervalo LUSA/RONALD WITTEK
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Adeptos do Eintracht Frankfurt LUSA/RONALD WITTEK
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Lance do jogo entre Eintracht Frankfurt e Benfica LUSA/SASCHA STEINBACH
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Lance do jogo entre Eintracht Frankfurt e Benfica Reuters/KAI PFAFFENBACH

Em 24 partidas, foram apenas quatro as derrotas de Bruno Lage desde que assumiu o comando técnico da equipa do Benfica. Mas esses quatro desaires foram todos em jogos de competições a eliminar. Primeiro com o FC Porto na Taça da Liga, depois com o Dínamo Zagreb, para a Liga Europa, a seguir com o Sporting para a Taça de Portugal e nesta quinta-feira com o Eintracht Frankfurt. Na Alemanha, o Benfica até se pode queixar da arbitragem, mas deve lamentar-se muito mais de si próprio por falhar a sua 15.ª meia-final europeia, ao perder por 2-0 em Frankfurt.

Os “encarnados” estavam avisados do poderio germânico em sua casa. Só em jogos da Liga Europa esta temporada, o Eintracht goleou a Lazio, o Marselha e o Shakhtar Donetsk. Mas o Benfica entrou em campo demasiado confiante na vantagem de dois golos que trazia de Lisboa. Durante todo o primeiro tempo, a equipa benfiquista abdicou de tentar chegar ao golo que lhe poderia dar a tranquilidade quase absoluta e colocá-la praticamente a salvo de qualquer deslize. Mas 45 minutos sem um remate ou, sequer, um canto foi demasiado desprezo pela baliza adversária. E isso custaria caro.

Não tivesse sido o golo e a primeira parte teria sido muito tranquila para a equipa de Bruno Lage. Nada de pressão sufocante do Eintracht, nada de nervosismo pueril do Benfica. Os minutos iniciais do encontro foram até bastante desinteressantes para quem esperava um jogo empolgante, veloz, repleto de jogadas perigosas, já que frente a frente estavam duas equipas que gostam de atacar e têm apetência para marcar.

Bruno Lage construiu uma equipa com um meio-campo reforçado com homens mais lutadores do que criadores e, dessa forma, emperrou a máquina alemã durante boa parte do tempo. Tirando dois deslizes individuais dos dois centrais benfiquistas (que, aliás, não estiveram muito seguros ao longo de toda a partida) o jogo decorreu sem sobressaltos perto da baliza de Vlachodimos.

Até que um lance de insistência de Rebic, o melhor em campo, precisamente na zona frontal da área do Benfica proporcionou a Gacinovic um remate perigoso ao poste esquerdo da baliza “encarnada”. A bola sobrou para Kostic que, em posição irregular não sancionada pela equipa de arbitragem (nesta fase da Liga Europa não há videoárbitro), inaugurou o marcador na recarga e reduziu a vantagem benfiquista na eliminatória para apenas um golo.

Bruno Lage protestou, foi expulso do banco de suplentes e já não pôde ir ao balneário durante o intervalo dar instruções à equipa, mas os “encarnados” surgiram no segundo tempo mais atrevidos. Em menos de dez minutos criaram mais perigo do que em toda a primeira parte. Uma jogada individual de João Félix, o único que esteve sempre ao seu nível, e um falhanço de Seferovic, que sozinho frente ao guarda-redes adversário, cabeceou demasiado frouxo, foram os primeiros sinais de vida da “águia”.

Mas esta nova atitude do Benfica em campo trouxe mais espaço ao jogo, que se tornou demasiado perigoso, especialmente para os “encarnados”, já que a equipa de Bruno Lage nunca foi propriamente fiável a defender (aos deslizes dos seus centrais juntava-se a má forma de Fejsa), e, no ataque, Rafa e Seferovic andaram sempre desaparecidos, incapazes de ligar as jogadas.

E foi com mais um lance de desconcentração colectiva na zona central da defesa benfiquista que o Eintracht chegou ao golo que lhe dava a qualificação graças aos dois apontados na Luz, na semana passada. Rode aproveitou a cerimónia defensiva da formação portuguesa para rematar de fora da área e fazer o 2-0, resultado que bastava aos alemães para seguirem em frente.

Com pouco mais de meia-hora para jogar, o Benfica foi colocando homens ofensivos em campo na tentativa de desatar os laços que prendiam a equipa atrás, mas nem Pizzi, nem Salvio, nem Jonas resolveram o que quer que fosse. O argentino ainda acertou no poste da baliza do Eintracht, após um cruzamento longo. Mas foi só isso que o Benfica foi capaz de fazer. Demasiado pouco, mesmo para quem tinha dois golos de vantagem.

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