Turismo do Algarve à beira do colapso por falta de combustível

Mais um dia de greve e, dizem os hoteleiros, a região fica paralisada. As viaturas das rent-a-car começam a ficar encostadas, por falta de combustível. E já há cancelamentos de reservas.

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Ricardo Lopes

Vilamoura está sem pinga de combustível, Albufeira caminha no mesmo sentido. A manter-se a greve por mais um dia, prevêem os operadores turísticos, o Algarve pode entrar em colapso. O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, adverte: “Estamos a falar de coisas muito sérias”. Algumas das unidades hoteleiras, adianta, já estão a receber pedidos de cancelamentos de reservas, e os clientes que estão hospedados estão com dificuldades em regressar a casa.

Além das habituais enchentes de turistas na Páscoa, que ocupam os hotéis a 100%, este é também uma época muito procurada pelos jogadores de golfe. O regresso ao Reino Unido e outros destinos, está garantido a partir do aeroporto de Faro. Porém, sublinha Elidérico Viegas, o problema é que começam a faltar combustível para todas as actividades e o turismo é “um dos sectores mais sensíveis”. As bombas ao longo da Estrada Nacional (EN) 125 estão “secas”. Durante esta manhã, alguns postos de abastecimentos, situados nas áreas mais periféricas das cidades, ainda possuíam gasolina. O gasóleo esgotou ontem à noite. Esta tarde, em Albufeira, só nas Fontainhas é que  ainda existia um posto de gasolina aberto, com longas filas de espera, prevendo-se que fique “seco” até ao final do dia.

Elidérico Viegas diz não compreender a posição do Governo, quando decretou “serviços mínimos” apenas para Lisboa e Porto, deixando esquecido o resto do país. “Não foi tomado em consideração o facto de o Algarve triplicar a população [mais de um milhão de pessoas] nesta altura do ano”. Na zona do sotavento algarvio, de Faro até Vila Real de Stº António, os consumidores estão a dirigir-se para as bombas espanholas para se abastecerem.

Por seu turno, as empresas de rent-a-car viram hoje algumas reservas canceladas, por falta de combustíveis nas viaturas, e os dirigentes hoteleiros estão apreensivos em relação às consequências da greve junto dos clientes, portugueses e estrangeiros. 

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