Joko Widodo lidera as sondagens para as eleições presidenciais na Indonésia

Em todas os inquéritos de opinião os eleitores indecisos são menos de 10%. Eleitores escolhem também deputados.

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O Presidente Joko Widodo WILLY KURNIAWAN/Reuters

O Presidente indonésio, Joko Widodo, lidera as sondagens das eleições presidenciais de quarta-feira, à frente do seu adversário Prabowo Subianto.

Depois de uma intensa campanha que levou as poderosas máquinas políticas indonésias pelo vasto arquipélago, os números mostrem que há cada vez menos indecisos entre os 192 milhões de eleitores.

Uma das últimas sondagens, da Saiful Mujani Research & Consulting, mostra que Joko Widodo – Jokowi como é conhecido – lidera com 56,8% de voto, com Prabowo Subianto a ficar-se pelos 37%, ainda que ganhando cinco pontos face a Março.

Sondagens divulgadas pela Charta Politika, Poltracking e Indo Barometer no sábado mostraram resultados semelhantes, com a vantagem de Jokowi a fixar-se entre os 13,6% e os 19,8%.

Em todas as sondagens os eleitores indecisos são já de menos de 10%.

O resultado não é uniforme no país, com Prabowo a surgir mais forte em zonas como Sumatra e Banten e na capital Jacarta, e Jokowi a liderar em zonas como Java Ocidental, Kalimantan e Sulawesi.

Em Java Central, Java Oriental, Bali, Nusa Tenggara Ocidental, Nusa Tenggara Oriental, Maluku e Papua, no entanto, a vantagem de Jokowi é ainda mais ampla, chegando a ser de mais de 50% em algumas zonas.

Porta-vozes da campanha de Prabowo denotam o forte crescimento na recta final da campanha, enquanto os de Jokowi sublinham o facto de o eleitorado ser “maduro” e de uma ampla maioria preferir o actual chefe de Estado.

Os últimos comícios realizados no fim-de-semana mantiveram a tónica dos anteriores, com muitas referências a questões económicas e de infra-estruturas. Jokowi terminou a campanha com um concerto de música com alguns grandes nomes do rock e pop indonésio.

Os argumentos finais foram trocados no último dos cinco debates presidenciais, com Jokowi e Prabowo a debaterem questões como a economi, o bem-estar social, o financiamento, o investimento e a indústria.

Jokowi defendeu o seu primeiro mandato, destacando obras importantes feitas em todo o país e medidas para fomentar sectores como o turismo.

Prabowo, por seu lado, denunciou o que disse ser o “caminho errado” da economia, com excessivas apostas em infra-estruturas e poucas no desenvolvimento da industrialização.

A questão do enorme défice comercial da Indonésia, particularmente com o seu maior parceiro comercial, a China, também surgiu durante o debate.

As eleições de quarta-feira ocorrem quando a maior economia do Sudeste Asiático luta para responder à situação regional e global menos favorável.

A economia da Indonésia desacelerou nos últimos anos, com um crescimento de cerca de 5% ao ano, abaixo dos 7% que Jokowi prometeu quando se candidatou e venceu em 2014.

No ano passado, a economia cresceu 5,17%, a mais rápida desde 2013, e o objectivo do governo é registar um crescimento de 5,3% este ano.

Além do Presidente e vice-presidente, os eleitores escolhem também os 711 membros das duas câmaras da Assembleia Consultiva Popular (MPR), 575 no Conselho Representativo Popular (DPR) e 136 no Conselho Representativo Regional (DPD).

Em jogo estarão ainda mais de 19.500 lugares em mais de dois distritos eleitorais legislativos a nível regional, municipal e local. Há 16 partidos concorrentes, quatro estreantes.

Dados da Comissão Nacional de Eleições notam que os 192,8 milhões de eleitores podem escolher entre mais de 245 mil candidatos a 20.528 lugares no parlamento nacional, em estruturas legislativas nas 34 províncias e em mais de 500 distritos e municipalidades.

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