Novo conselho militar promete governo civil no Sudão

Manifestantes mantêm protesto perto do Ministério da Defesa para pressionar as autoridades.

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Protestos continuam no Sudão EPA

Vários milhares de sudaneses continuaram a manifestar-se este domingo, mantendo a pressão sobre o Conselho Militar de Transição para cumprir a promessa, feita na véspera, de um governo civil no Sudão.

Após protestos que começaram em Dezembro, houve uma rápida sucessão de mudanças nos últimos dias.

Na quinta-feira passada foi afastado o ditador Omar al-Bashir, que estava no poder desde 1989, e um conselho militar tomou o poder.

Na sexta-feira demitiu-se, após apenas um dia no cargo, o chefe do Conselho Militar de Transição, Awad Ibn Ouf, que era muito próximo de Bashir, e no sábado deixou o cargo o chefe dos Serviços de Informação e Segurança (NISS), Salah Gosh, que foi durante muito tempo considerado a pessoa mais poderosa no país a seguir a Bashir.

O novo líder militar, Abdel Fattah al-Burhan Abdelrahmane, tinha uma ligação mais distante com Bashir do que Ibn Ouf. Cancelou o recolher obrigatório e prometeu libertar os presos detidos com base nas leis de emergência do regime. E prometeu um governo civil após consultas com os grupos da oposição. 

No primeiro encontro do Conselho Militar de Transição com uma coligação de grupos de oposição, incluindo alguns organizadores dos protestos, estes pediram a inclusão de figuras civis no conselho de transição, e disseram ainda que este deveria nomear um governo de gestão totalmente composto por civis. Iriam submeter sugestões de nomes no domingo.

Mas apesar da abertura ao diálogo das autoridades militares, o maior grupo na organização dos protestos, a Associação de Profissionais Sudaneses (SPA), disse que a resposta do conselho ainda não era satisfatória e apelou à continuação das manifestações.

Entre as suas principais reivindicações, disse a organização, estão a restruturação dos NISS, a dissolução das milícias que operavam sob comando do regime e a prisão dos “líderes corruptos”, envolvidos no que chamou crimes contra cidadãos.

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