Rafa & Félix, uma sociedade com a cotação em alta

Benfica bateu o V. Setúbal e retomou a liderança do campeonato no fecho da 29.ª jornada. Sadinos esticaram o jogo e ainda criaram dificuldades aos “encarnados”.

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Foi uma daquelas noites em que a atribuição da distinção do homem do jogo se tornou um quebra-cabeças: João Félix ou Rafa? Um fez um golo e duas assistências, outro marcou dois e assistiu para mais um. E ambos criaram, com grande variedade de movimentações, o caos na organização defensiva de um V. Setúbal que se bateu com coragem no Estádio da Luz. Ainda que não tenha chegado para travar o triunfo dos “encarnados” (4-2), que terminam a 29.ª jornada na liderança da Liga.

A meio da semana o Benfica tinha infligido justamente o mesmo resultado, no mesmo recinto, ao Eintracht Frankfurt, para a Liga Europa. E o João Félix que surgiu em campo teve o mesmo brilho, a pedir bola no espaço entre linhas, a dar largura ao jogo e a surgir em zonas de finalização. Foi dele que nasceu, logo no plano de abertura do filme do jogo, o passe teleguiado para um desvio subtil de Rafa para o 1-0.

O Vitória, bem organizado no seu 4x4x2 e sempre disponível para esticar o jogo usando a velocidade de Hildeberto, não se acanhou. Com Éber Bessa tremendo na pressão e Rúben Micael preciso na saída de bola, foi causando alguma incerteza no Benfica. Nada que impedisse os “encarnados”, porém, de continuarem a pressionar na busca do segundo golo. Félix ameaçou com uma jogada de milhões aos 11’ e ganhou um penálti com um remate travado pela mão direita de Micael. Mas Pizzi, aos 26’, perdeu o duelo com o guarda-redes, naquele que foi o terceiro castigo máximo desperdiçado pelas “águias” nesta época (depois de Salvio e de Ferreyra).

Não foi um momento de viragem no jogo porque, 10 minutos mais tarde, o Benfica ampliou mesmo. Forte reacção à perda, recuperação da bola à entrada da área sadina, João Félix a descobrir o homem livre e Rafa a finalizar. Foi o 12.º golo do extremo português nesta edição da Liga, naquele que foi o seu 150.º jogo no principal escalão.

Agora sim, o Vitória respondia. Numa das melhores jogadas da partida, uma transição ofensiva, Hildeberto bateu Ferro, Rúben Micael protegeu a bola de costas para a baliza e garantiu a Nuno Valente os segundos e o espaço necessários para reduzir a desvantagem.

O 2-1 ao intervalo deixava tudo em aberto e os sadinos reentraram a pressionar ainda mais alto. A vantagem? Dificultaram a saída de bola, muito precipitada, do rival. O risco? Geraram muito espaço entre linhas e, se o Benfica conseguisse ligar o jogo, facilmente chegaria a zonas de criação. E foi numa recuperação de Florentino, com o Vitória partido em três, que surgiu o terceiro golo dos “encarnados”. Pizzi cruzou para o centro da área e João Félix atacou a bola como um ponta-de-lança (57’).

Sem nada a perder, Sandro fez uma dupla alteração aos 64’, sem mexer na estrutura. Sekgota ainda ameaçou num cruzamento pela esquerda e Zequinha foi pouco mais do que inofensivo. O Benfica estava por cima e esse ascendente teria tradução no marcador. Seferovic recebeu na profundidade, cruzou atrasado para Rafa, o português devolveu e o suíço consolidou o estatuto de melhor marcador do campeonato, num lance de pura classe (77’).

Estava definitivamente encontrado o vencedor, mas não estava fechado o resultado, porque Rúben Dias teve uma abordagem imprudente e atingiu um adversário no rosto, quando disputava um lance aéreo. Segundo penálti da partida, desta vez a pender para o lado do marcador. Cádiz, com um toque subtil, à Panenka, fechou as contas do jogo, ainda que o V. Setúbal tenha de ter cuidado com a aritmética até ao final na luta pela manutenção.

Já o Benfica, viaja para a Alemanha, à procura do caminho para as meias-finais da Liga Europa, com a tranquilidade relativa de quem vai passar mais uma jornada na liderança da Liga. Com o FC Porto à perna. 

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