Será esta a “capital mundial dos gémeos”?

Kehinde e Taiwo Kolawole REUTERS/Afolabi Sotunde
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Kehinde e Taiwo Kolawole REUTERS/Afolabi Sotunde

Quem percorre os caminhos de Igbo Ora, na Nigéria, pode, por momentos, julgar sofrer de visão dupla. Mas não. A explicação é ainda menos plausível. Nesta pequena povoação nascem 50 pares de gémeos em cada mil nascimentos — taxa que é considerada uma das mais altas do mundo. Não é de estranhar, por isso, que à entrada da aldeia exista uma placa que dá as boas-vindas "à capital mundial dos gémeos". São tão comuns que até já há uma tradição quanto à escolha dos nomes: o primeiro chama-se invariavelmente Twaio, o segundo Kehinde. E a Reuters foi conhecer alguns deles.

Mas o que está na origem deste fenómeno? A população acredita que a abundante utilização de quiabo na gastronomia local, nomeadamente na confecção da típica caldeirada da aldeia, é uma das explicações mais prováveis. Há também quem atribua a responsabilidade ao Amala, um prato de inhame e mandioca popular na região. A ciência, no entanto, desconfia destas teorias. Ouvido pela agência noticiosa, o obstetra e ginecologista Ekujumi Olarenwaju, que reside a cerca de 150 quilómetros de Igbo Ora, sublinha que o inhame é consumido noutras partes do mundo sem que nada de semelhante aconteça. “Uma das explicações mais plausíveis será a da hereditariedade”, analisa o médico. “Os casamentos decorrem, geralmente, entre membros da mesma comunidade; assim sendo, é possível que os genes que imprimem essas características sejam dominantes.”

Nada que convença as comerciantes do mercado local. À Reuters, Oyenike Bamimore, que vende pão, disse ser a prova viva que a explicação está mesmo na dieta: “Eu como muitos quiabos e já dei à luz oito pares de gémeos.” 

Taiwo e Kehinde Ahmed
Taiwo e Kehinde Ahmed REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos de sexo masculino com 4 dias de idade
Gémeos de sexo masculino com 4 dias de idade REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos não-idênticos de 60 anos Kehinde e Taiwo Adamson
Gémeos não-idênticos de 60 anos Kehinde e Taiwo Adamson REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos não-idênticos Taiwo e Kehinde Daniel
Gémeos não-idênticos Taiwo e Kehinde Daniel REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos não-idênticos Taiwo e Kehinde Oyedepo
Gémeos não-idênticos Taiwo e Kehinde Oyedepo REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos não-idênticos Afusat Ganiyu e Ganiyatu Adesope
Gémeos não-idênticos Afusat Ganiyu e Ganiyatu Adesope REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos não-idênticos Kehinde e Taiwo Akinbola
Gémeos não-idênticos Kehinde e Taiwo Akinbola REUTERS/Afolabi Sotunde
Taiwo Adejare e Kehinde Adejare
Taiwo Adejare e Kehinde Adejare REUTERS/Afolabi Sotunde
Kehinde e Taiwo Aderogba
Kehinde e Taiwo Aderogba REUTERS/Afolabi Sotunde
Gémeos não-idênticos Afeez e Lateef Azeez
Gémeos não-idênticos Afeez e Lateef Azeez REUTERS/Afolabi Sotunde
Dois pares de gémeos. Taiwo, Kehinde, Abigail e Deborah Daniel
Dois pares de gémeos. Taiwo, Kehinde, Abigail e Deborah Daniel REUTERS/Afolabi Sotunde
Nove pares de gémeos numa escola metodista em Igbo Ora
Nove pares de gémeos numa escola metodista em Igbo Ora REUTERS/Afolabi Sotunde