Falsificação na rotulagem de material pirotécnico leva PSP a deter nove suspeitos

Investigação “comprovou que os artigos de pirotecnia mais perigosos eram rotulados como de baixa perigosidade, aumentando assim as capacidades de armazenamento e de transporte, fugindo ao licenciamento da PSP e aumentando a insegurança dos cidadãos que circulam na estrada”.

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NFACTOS/RUI GONCALVES

A investigação que levou hoje à detenção de nove pessoas numa operação de fiscalização da PSP a empresas de pirotecnia do Norte do país e da Madeira visou verificar suspeitas de falsificação de rotulagem, disse fonte policial.

A revelação foi feita em conferência de imprensa, no Porto, pelo director do Departamento de Armas e Explosivos da Polícia de Segurança Pública (PSP), Pedro Moura, que explicou a prática dos detidos, sob investigação nos últimos dois anos numa operação denominada Fireworks II.

“Esta investigação comprovou que os artigos de pirotecnia mais perigosos eram rotulados como de baixa perigosidade, aumentando assim as capacidades de armazenamento e de transporte, fugindo ao licenciamento da PSP e aumentando a insegurança dos cidadãos que circulam na estrada, morem perto dos locais de armazenamento ou que assistem a espetáculos”, relatou Pedro Moura.

Ao todo, acrescentou, foram “emitidos sete mandados de detenção fora de flagrante delito, cinco mandados de busca domiciliária e oito mandados de busca não domiciliária”.

Sete dos detidos são das empresas da região Norte investigadas, nos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo, e os restantes dois do Funchal, apanhados “em flagrante delito, por armazenamento e posse ilegal de artigos de pirotecnia”.

O superintendente revelou ainda que “hoje, também na residência de um dos visados, foi encontrado muito material pirotécnico e produtos explosivos, nomeadamente pólvora e demais componentes”.

“As apreensões excederam o que prevíamos pudesse acontecer e, por isso, estamos a proceder à selagem dos paióis por não ter a PSP capacidade para armazenar em segurança nem de fazer o transporte para o nosso paiol na Unidade Especial de Polícia, em Lisboa”, disse Pedro Moura.

Cabe agora às autoridades judiciárias, informou, decidir o destino do material apreendido, que estimou em “muitos milhares de artigos de pirotecnia”, justificando-o por “ainda haver buscas a decorrer”.

Revelando “serem portugueses” os cidadãos envolvidos na investigação, acrescentou que estes se distribuem “entre proprietários, funcionários e responsáveis técnicos”.

A investigação é coordenada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto e estão em causa os crimes de tráfico de produtos explosivos, detenção de artigos de pirotecnia e falsificação de documentos.

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