Manuel Pizarro embaraça PS

O presidente do PS-Porto e candidato às eleições europeias é também assessor no Centro Hospitalar de S. João, onde é acusado de falta de assiduidade.

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Manuel Pizarro foi candidato do PS à Câmara do Porto Paulo Pimenta

O alto comissário da Convenção Nacional da Saúde, Manuel Pizarro, é acusado de falta de assiduidade ao trabalho no Centro Hospitalar de S. João, no Porto, onde é assessor do conselho de administração. Pizarro faz parte de um grupo de pessoas que não faz registo biométrico de entrada ao serviço, o que lhe permite trabalhar noutros sítios, nomeadamente na Casa de Saúde da Trindade como director clínico, e participar nas reuniões da Câmara do Porto na qualidade de vereador sem pelouros.

O caso foi divulgado esta quinta-feira pela revista Sábado e, ao que foi possível apurar, o PS ficou incomodado com a notícia que envolve o número nove da lista do PS às eleições europeias. Fonte socialista lembrava esta quinta-feira ao PÚBLICO que este tipo de episódios “prejudicam o PS”. “Manuel Pizarro vai andar na rua a fazer campanha e as pessoas vão falar dele e isto pode prejudicar eleitoralmente o partido”, acrescentou. Outro socialista questionava: “Como é que alguém que é candidato do PS às europeias, alto comissário da Convenção Nacional da Saúde, vereador da Câmara do Porto, que foi secretário de Estado da Saúde e é presidente da federação do PS-Porto, pode faltar ao trabalho e ter a sua presença registada?”

“Pouco põe os pés no hospital, não é grande exemplo para um ex-secretário de Estado do sector. Parece achar que, por ser quem é, não tem deveres mínimos de assiduidade. O caso é conhecido há muito por toda a gente no São João. E deu-me uma trabalheira arranjar os registos”, afirma José Azevedo, do Sindicato dos Enfermeiros, à Sábado.

Especialista em medicina Interna, Manuel Pizarro é actualmente assessor e representante para algumas áreas do Conselho de Administração do centro hospitalar. Dadas as funções que desempenha, tem isenção de horário de trabalho, pelo que o registo biométrico “não constituiu medida adequada de assiduidade e produtividade e como tal não está a ser usado”, diz a revista.

O PÚBLICO questionou Manuel Pizarro, mas o líder do PS-Porto não quis fazer comentários sobre o caso.

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