Socialistas Europeus congelam relações com Partido Social-Democrata da Roménia

O congelamento de relações implica que “nenhum evento do PSE será organizado com o PSD romeno”, segundo o presidente do PSE, Serguei Stanishev.

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Palácio do Povo em Bucareste, Roménia Paulo Pimenta (arquivo)

O Partido Socialista Europeu (PSE), principal grupo de centro-esquerda no Parlamento Europeu, “congelou” relações com o Partido Social-Democrata (PSD) no poder na Roménia até que clarifique o seu compromisso com o Estado de Direito, foi hoje divulgado.

“Até que o Governo da Roménia clarifique o seu compromisso com o Estado de Direito e siga as recomendações da Comissão Europeia, a liderança do PSE considera congeladas as relações com o PSD”, lê-se num comunicado divulgado esta quinta-feira na página oficial da família política após a reunião de chefes de governo, comissários e dirigentes do PSE que se realizou antes do Conselho Europeu extraordinário de quarta-feira em Bruxelas.

O texto prossegue afirmando que “a permanência do PSD romeno como membro” da formação vai ser objecto de uma “discussão formal na próxima reunião da presidência do PSE, em Junho”.

O congelamento de relações anunciado implica que “nenhum evento do PSE será organizado com o PSD romeno até lá”, segundo o presidente do PSE, Serguei Stanishev, citado no comunicado.

A União Europeia (UE) tem manifestado nos últimos dois anos preocupação com a reforma do sistema judicial na Roménia, que pode pôr em causa a independência da justiça e a luta contra a corrupção.

Na semana passada, o candidato dos socialistas europeus à presidência da Comissão Europeia, Frans Timmermans, advertiu os sociais-democratas romenos para o risco de serem excluídos da família política, que não está disposta a tolerar uma “impunidade sistémica de altos responsáveis políticos que foram condenados por corrupção”.

O líder do PSD romeno, Liviu Dragnea, foi condenado por fraude eleitoral e está a ser investigado em dois processos por corrupção.

O PSE anunciou a decisão semanas depois de a outra grande família europeia, o Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita) ter suspendido o Fidesz do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, por violação dos valores europeus.

Num comunicado enviado à agência France-Presse, o PSD romeno considerou a decisão “inadmissível”: “Podemos contar com manipulações e acusações da parte dos nossos adversários políticos, mas não da nossa própria família”.

O partido afirma ainda que a decisão foi motivada por uma “lógica eleitoral” e “não reflete a posição do conjunto do PSE” porque a questão não foi, até hoje, “debatida numa reunião do PSE”.

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