Facebook penaliza grupos que disseminam desinformação

Utilizadores terão acesso a mais informação sobre páginas e grupos. Agência Associated Press vai fazer verificação de factos para a rede social.

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Utilizadores poderão apagar toda a sua actividade num grupo que decidam abandonar Reuters/DADO RUVIC

O Facebook anunciou esta quarta-feira uma série de medidas para gerir notícias e limitar a disseminação de desinformação e outro conteúdo considerado problemático, ao abrigo de um programa a que chama Remove, Reduce, Inform (remover, reduzir, informar).

A rede social reuniu-se com jornalistas nos EUA para discutir e divulgar as novas medidas para remover conteúdo que viola as políticas do Facebook, reduzir a difusão de conteúdos que não as violem (mas ainda assim possam causar problemas), e informar as pessoas com esclarecimentos adicionais sobre aquilo que lêem e partilham.

Segundo os novos parâmetros, as principais preocupações incidem sobre os grupos, páginas de figuras públicas e notícias, que tenham um número substancial de seguidores. É aí que estarão algumas das principais mudanças, que arrancam apenas nos conteúdos em inglês e espanhol.

À medida que o Facebook diz estar a colaborar com parceiros e especialistas para procurar novas formas de combater melhor e mais rapidamente as notícias falsas, a plataforma vai contar ainda com mais apoio da Associated Press. A agência de notícias será uma das entidades que vai averiguar a veracidade dos factos noticiosos – por ora, apenas nos Estados Unidos.

Além disso, as páginas dos órgãos de comunicação social no Facebook terão mais informações sobre a sua presença na rede social, incluindo um indicador do índice de confiança, baseado na opinião dos leitores (a empresa fez, em Novembro, um inquérito aos utilizadores em Portugal, à semelhança do que aconteceu noutros países). Este novo “barómetro” irá fazer com que as notícias consideradas mais fidedignas prevaleçam nos feeds dos utilizadores, explica o Facebook.

Os grupos do Facebook, uma funcionalidade já com um longo historial de casos de desinformação e discursos de ódio, também serão algo de mudanças. A empresa anunciou que o alcance das publicações dos grupos que repetidamente tenham partilhado desinformação vai ser reduzido no feed de notícias. Utilizadores que abandonam grupos também poderão escolher se querem que todas as publicações e comentários que tenham feito nessa comunidade sejam apagados. Tal como as páginas, os grupos terão um indicador de qualidade.

Há também novidades na família de aplicações do Facebook, como o Messenger. Figuras públicas e outras páginas com o logótipo de “verificado” (um “V” azul) também estarão identificadas na plataforma de conversação da rede social. As mensagens reencaminhadas serão assinaladas, uma medida que visa tornar mais claro quando uma mensagem se está a espalhar pelos utilizadores da aplicação (nas eleições brasileiras, o reencaminhamento de mensagens no WhatsApp foi frequente e, motivado sobretudo por episódios na Índia, o Facebook acabou por limitar esta funcionalidade).

Este tipo de mudanças, que vão acontecendo gradualmente no Facebook e nas suas aplicações, fazem parte de uma estratégia global, não apenas para tempos que a empresa considera “críticos”, como períodos de eleições, mas também para o dia-a-dia da plataforma.

A ambição do Facebook é estender este programa até 24 idiomas.

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