Reclamações contra a CP dispararam 82% no último ano

Os atrasos recorrentes e a supressão de comboios foram o principal motivo das reclamações submetidas no Portal da Queixa.

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Paulo Pimenta

As reclamações dirigidas aos Comboios de Portugal (CP) aumentaram 82% nos últimos 12 meses. Os dados do Portal da Queixa referem-se ao período de Abril de 2018 a Abril de 2019, relativamente ao período homólogo. Os atrasos recorrentes continuam a ser o principal motivo de queixa.

Num comunicado enviado às redacções, a rede social de defesa dos consumidores refere que os atrasos, a falta de condições, a supressão de comboios e a cobrança de valores errados são os maiores motivos de descontentamento dos utentes da empresa.

De um total de 617 reclamações, as queixas referentes aos atrasos foram reportadas 263 vezes no último ano, correspondendo a 42,6% do total de reclamações recebidas. As supressões de comboios foram referidas 155 vezes como motivo das queixas, representando 25,1% das reclamações na plataforma. Os erros de cobrança (88 reclamações) representaram 14,3% das queixas e a falta de condições (49 queixas) 7,9% das críticas dirigidas à CP no Portal da Queixa.

No ano anterior, tinham sido recebidas apenas 339 reclamações, segundo a informação disponibilizada pela plataforma, pelo que 2018-2019 assistiu a um aumento de 82% de participações.

Já neste ano de 2019, e até 7 de Abril, o Portal da Queixa recebeu 126 reclamações na sua plataforma. 

O Portal da Queixa nota ainda que, das 600 reclamações recebidas no último ano, só 14 foram dadas como resolvidas.

Um relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes sobre o estado da ferrovia em Portugal em 2017 concluiu que os comboios da CP “passam cada vez mais tempo parados”. O documento divulgado em Março de 2019 compara a CP, uma empresa do Estado, com a Fertagus, a única empresa privada de comboios. A análise revela que a taxa de imobilização para manutenção e reparação se manteve nos 6% entre 2015 e 2017, enquanto na CP esse valor subiu de 14% para 19% nas carruagens e de 12% para 16% nas automotoras e locomotivas — em termos práticos significa que, por dia, uma em cada seis esteve imobilizada.

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