PGR investiga caso de alegado abuso sexual a criança por colegas na Secundária de Arouca

Alegada vítima será menina do 5º ano. Suspeitos de agressão sexual, que directora da escola nega ter existido, terão sido mudados de turma e alguns suspensos.

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ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

A Procuradoria-Geral da República confirmou esta segunda-feira à agência Lusa a existência de um “inquérito” a um caso de alegado abuso sexual a uma criança no interior da Escola Secundária de Arouca, mas a directora do estabelecimento diz que o caso é “totalmente falso”.

“Confirma-se a existência de um inquérito relacionado com a matéria. O mesmo foi instaurado por iniciativa do Ministério Público”, afirma a PGR em resposta escrita à Lusa.

Questionada pela Lusa sobre o caso do alegado abuso sexual a uma criança na Secundária de Arouca, no distrito de Aveiro, a directora daquela instituição escolar, Adília Cruz, disse que tal suspeita “era totalmente falsa” e que se fosse verdade teria de ter chamado a GNR e mandado a criança para o hospital, factos que alega não terem sucedido no interior da escola.

“Se isso tivesse acontecido, tinha chamado a GNR e mandado para o hospital e isso sabia-se, mas pode ligar para a GNR e para o Centro de Saúde”, sugeriu Adília Cruz.

À Lusa, um dos responsáveis da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Arouca, que pediu para o nome não constar na notícia por “medo de represálias”, disse ter ido falar com a vice-directora do Conselho Executivo daquela escola na quarta-feira passada, 3 de Abril, sobre o alegado caso de abuso sexual de “uma menina do 5.º ano”.

Apenas “boatos"?

Foi-lhe dito pela vice-presidente que o caso seriam “boatos” e que “naquelas idades toda a gente comete erros que precisam de ser corrigidos”. O castigo aplicado aos alegados agressores terá sido a mudança de turma, acrescentou a mesma fonte.

Uma professora da escola, que também pediu anonimato, disse ter conhecimento do caso do alegado abuso sexual no interior da escola a uma menor de idade e que houve vários alunos envolvidos, alguns deles suspensos pela escola.

Uma funcionária da Associação para a Integração de Criança (AICIA) confirmou que a criança que alegadamente sofreu abusos sexuais é utente daquele espaço, onde está a ser seguida por uma psicóloga há vários anos e onde tem terapia da fala periodicamente.

Uma das psicólogas da instituição adiantou que os progenitores da criança, apesar de não desejarem falar sobre o assunto, lhe adiantaram que o processo está a “tomar os trâmites normais e legais”.

A agência Lusa questionou a Comissão de Protecção de Crianças de Jovens em risco de Arouca sobre registos de casos de abuso sexual a menores de idades no município recentemente, que informou que “no ano de 2019 até à presente data não foi sinalizada nenhuma situação de abuso sexual nesta comissão de Protecção de Crianças e Jovens”.

GNR sem informações

A Lusa contactou fonte das relações públicas da GNR de Aveiro que declarou que do “Posto da GNR de Arouca até à data não lhe foi reportado nenhum tipo de situação de abuso sexual na Escola Secundária de Arouca”.

A Lusa tentou obter informações da Associação de Pais da Escola Secundária de Arouca, enviando mensagem via correio electrónico, mas não foi possível obter respostas até à data.

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