Farfetch troca a Lionesa por novo campus em Matosinhos

Plataforma digital de moda de luxo fechou negócio por 15 milhões de euros e vai construir campus tecnológico com 70 mil metros quadrados.

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fvl fernando veludo n/factos

A Farfetch vai deixar as actuais instalações no centro empresarial da Lionesa, em Matosinhos. Mas não vai para muito longe dali. A empresa cotada na bolsa de Nova Iorque anunciou nesta terça-feira de manhã que adquiriu um terreno no mesmo concelho, por 15 milhões de euros, com o objectivo de construir o Campus Farfetch, para os cerca de 2000 trabalhadores que tem na zona Norte de Portugal.

“Estamos muito entusiasmados por podermos anunciar este projecto que representa um investimento muito importante da Farfetch, no desenvolvimento do negócio mas sobretudo nas nossas pessoas. A visão que temos para este campus estará assente nos pilares de inovação e bem-estar”, afirma Luís Teixeira, director-geral da empresa cuja sede está em Inglaterra e que foi fundada há dez anos pelo empresário José Neves.

Fonte oficial da empresa disse ao PÚBLICO que ainda não há data para a transferência dos trabalhadores que actualmente estão nas instalações do centro empresarial da Lionesa, uma antiga fábrica daquele concelho que, em 2017, tinha anunciado um investimento de 100 milhões de euros para duplicar a área bruta locável até 2025. O certo é que as necessidades actuais da Farfetch, num período de forte crescimento do negócio, já são superiores às condições que tem naquele local, onde aliás tinha feito obras para expandir a área disponível. E, por essa razão, há uma semana tinha mesmo transferido um conjunto de serviços de apoio para oito pisos de um edifício arrendado numa perpendicular à Avenida da Boavista, no Porto.

A ideia, segundo disse a mesma fonte ao PÚBLICO, é que o futuro campus permita voltar a reunir todos os sectores no terreno agora adquirido, mantendo os restantes espaços que tem no Norte, designadamente o centro de engenharia em Braga e o centro operacional nos arredores de Guimarães.

Cipriano Sousa, administrador responsável pela tecnologia da Farfetch, explica que o projecto é mais do que um mero campus de trabalho. "Vai ser um parque de ciência e desenvolvimento tecnológico de larga escala em várias áreas, nomeadamente engenharia informática, ciber-segurança, infra-estruturas e data science”.

O terreno agora adquirido fica próximo das instalações da Lionesa. Para chegar daqui ao futuro campus seria basicamente necessário atravessar a Estrada Nacional 14 (popularmente conhecida como via Norte).

“Estamos orgulhosos pelo investimento que representa em Portugal, e em particular na região”, acrescenta Luís Teixeira, garantindo que a empresa reforça assim o “compromisso para o desenvolvimento nacional de talento, tecnologia e inovação”.

Para a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro (PS), o novo Campus Tecnológico da Farfetch é “motivo de grande satisfação e de grande responsabilidade”. A autarca diz que o executivo municipal “está firmemente empenhado em acompanhar a expansão da empresa”, que já se transformou “num símbolo de Matosinhos e numa inspiração para todos”.

A empresa liderada por José Neves passará assim a ter 70 mil metros quadrados, a poucos minutos de distância do aeroporto principal da região, para instalar um novo centro de inovação tecnológica e operações de empresa, voltando a reunir a grande equipa de engenharia e tecnologia que se mantém na Lionesa e os trabalhadores que nos últimos dias começaram a ser transferidos para o centro do Porto. O próximo passo é o desenvolvimento do projecto, que incluirá escritórios, áreas dedicadas a operações, estúdio de produção digital e “um conjunto de equipamentos que pretendem fazer deste campus um espaço com características únicas a nível nacional”, segundo diz a empresa num comunicado divulgado nesta manhã.

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