“Quando é com amor ao clube, nunca me arrependo daquilo que gasto para vir para aqui”

O futebol continua a ser o desporto que mais pessoas encanta, mas há quem também caia no charme de outras modalidades. O PÚBLICO foi falar com alguns adeptos polivalentes, focados em acompanhar o clube nas várias frentes, quer seja no estádio perto de casa, ou num pavilhão a mais de 300 quilómetros de distância.

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Adeptos que seguem os seus clubes em várias modalidades DR

Há décadas que os cachecóis portugueses estão habituados ao passeio. Pelas bancadas dos estádios de futebol, pavoneiam-se diante dos relvados e dançam alegremente com a melodia dos cânticos entoados. Ora ao pescoço, ora esticados, não falham a ocasião de se erguerem e apoiarem a equipa. Mas a verdade é que quem não falha é também quem os leva.

Apesar de estar longe dos números europeus, o futebol português consegue mover multidões. Os estádios da Liga portuguesa têm dono habitual para cerca de metade dos assentos disponíveis, de acordo com um relatório da Associação das Ligas Europeias Profissionais (EPFL, na sigla inglesa) - a percentagem média de ocupação dos recintos, entre 2010 e 2017, rondou os 48%. Ao longo destes sete anos, a primeira divisão nacional registou, inclusivamente, um crescimento anual de 1,8% no número de assistências. Os valores mais recentes assentam numa média de 11.988 espectadores ao vivo, segundo a própria Liga de clubes, na temporada 2017/2018.

O futebol parece ser o rei absoluto da história do desporto português, mas isso não significa que o futuro reserve estes cachecóis apenas para os estádios. Há aqueles que teimam em ser polivalentes e mostrar as cores do clube nos pavilhões. É o caso do de Pedro Miguel Nogueira. Com 21 anos, “é raro o fim-de-semana” em que não viaje desde o Marco de Canaveses até ao Porto para poder fazer parte do coro azul e branco no Dragão Caixa. Além do futebol, há dois anos que acompanha regularmente as partidas caseiras de basquetebol, andebol e hóquei em patins.

Designer gráfico, o jovem portista fornece serviços a jogadores, alguns deles do FC Porto: “à custa disso, venho aqui ver os jogos”. No entanto, é o “amor ao clube” que mais chama por ele, de tal modo que “90% das vezes” vai sozinho aos jogos, mas não há qualquer problema: “Aqui no Dragão Caixa tem-se criado uma grande amizade entre as pessoas que vêm ver sempre os jogos. De vez em quando tenho conhecido algumas pessoas aqui e às vezes vou com elas aos jogos das modalidades.”

Para o adepto “azul-e-branco”, o pavilhão dos “dragões” conhece duas realidades: as partidas com Sporting e Benfica e as restantes. “Os clássicos são ambientes infernais”, descreve Pedro. Nos encontros com outros clubes, o clima é “mais pacato, mais tranquilo”. “Mesmo a festejar os golos, os adeptos festejam de uma forma mais prudente”. O portista gosta de se sentir em casa, mas lamenta o facto de muitos adeptos estarem “caladinhos”, a “olhar para o telemóvel”, quando a equipa não está a ter a melhor performance.

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Inês Fernandes

Já Gonçalo Rebelo costuma ir com o pai assistir aos vários jogos do Benfica. “Desde pequeno que [ele] me transmitiu essa tal mística e vai continuar a transmitir enquanto possível”, revela o estudante de 19 anos. A viver em Sintra, apoia os “encarnados” “sempre que pode”, ora em casa, ora na região de Lisboa. Há dois anos começou a usar mais vezes o cachecol e a fazer companhia às várias modalidades do clube: “Às vezes ouvia falar e quis começar a ver como era.”

“Sempre que saio de casa, vou sempre a pensar no meu Benfica. Nem é muito pelo jogo, porque o que me tira de casa é mesmo o Benfica”, diz. Entre futebol, basquetebol, andebol, hóquei em patins, voleibol ou ainda futsal, Gonçalo tenta acompanhar de tudo um pouco. Admite que há modalidades que não o cativam tanto, mas “depois o Benfica compensa esse ‘gostar menos’”.

O jovem sintrense admite clara preferência pelo futebol: é o “desporto-rei”, aquele que “ainda vai enchendo o estádio”. “Sem dúvida que é mais intenso”, salienta. Nos pavilhões, gosta mais de assistir aos encontros de hóquei em patins, mas lamenta a falta de entusiasmo entre os vários adeptos do clube “encarnado": “Vendo a actual capacidade dos pavilhões, acho que o número de espectadores que temos é muito reduzido para o que devíamos e podíamos ter.

Do outro lado da 2.ª Circular, Alvalade é já um destino fixo no GPS de Hugo Baía. O estudante de Administração e Marketing vive em Matosinhos, mas os mais de 300 quilómetros que o separam de Lisboa não o impedem de ver o Sporting ao vivo. Sempre que pode, o jovem de 20 anos e o pai entram no carro e fazem-se à estrada. O plano de viagem pode contemplar futebol, futsal, hóquei em patins, voleibol e ainda andebol: “Já desde os meus 10 anos, quando vamos a Lisboa, aproveitamos sempre o facto de o futebol ser à noite e costumamos ir ver as modalidades durante o dia.”

Os “leões" são dos clubes europeus com mais títulos nacionais e internacionais nos vários desportos. Por isso, seguir as diversas equipas do Sporting é algo importante para Hugo, de forma a mostrar que “os adeptos não apoiam só o futebol, como também as modalidades”. “É um clube ecléctico e, portanto, temos que fazer jus ao nome”. Aliás, o estudante matosinhense, por exemplo, nem sequer gostava “muito” de voleibol, mas a partir do momento em que o Sporting criou a secção, não hesitou: “Comecei a ver, a gostar e a deslocar-me aos pavilhões para ver os jogos.”

Hugo também tenta “acompanhar sempre” as várias equipas dos “leões” quando disputam encontros no norte do país. “Ainda na outra semana estive no Bessa”, confessa. Enquanto nas partidas de futebol o pai ocupa a cadeira ao lado, nas modalidades são os amigos que normalmente lhe fazem companhia.

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Nelson Garrido

A paixão pelo clube transborda nos jogos dos “verde-e-brancos”, quer seja nos estádios, quer seja nos pavilhões. “Sentimos uma grande união entre os adeptos, sempre com cânticos de apoio, mesmo quando os resultados não são tão bons”, explica Hugo. Mas, para o sportinguista, é no futebol fora de portas que vibra de uma maneira “mais forte”: “Estamos num terreno em que somos menos e queremos mostrar outro tipo de força”. Já nas modalidades, o Pavilhão João Rocha é uma “fortaleza” e os aficionados conseguem “encher facilmente” as bancadas. “É muito complicado [para os adversários] jogar no João Rocha”, diz.

As parelhas de pai e filho são sinónimo de uma tradição familiar para Gonçalo e Hugo, mas para Luís Rocha “ver o Vitória” é com o avô e o irmão. A estudar Ciências da Comunicação na Universidade do Porto, “desde muito pequeno” que é adepto do Vitória de Guimarães: “Não havia muita alternativa. Em casa podia escolher qualquer camisola que quisesse, desde que fosse branca ou preta”. O vimaranense de 20 anos acompanha o basquetebol e o pólo aquático, mas é no futebol que o seu “repertório" é mais vasto, entre jogos da equipa principal, equipa B e camadas jovens.

No Estádio D. Afonso Henriques, sempre apoiou os “conquistadores” com o avô, com quem aprendeu “muito sobre a vida em geral”. “Aprende-se a lidar com as derrotas, porque, como na vida, há momentos maus e momentos bons e saber levantar a cabeça é absolutamente fundamental”. Mas Luís tem “quase a certeza” que o avô não tem consciência de lhe ter passado esses “valores”: “Para ele é futebol.”

“Muito raramente” faltam a algum jogo: “Já há mais de dez anos que não me lembro de uma vez em que pelo menos um de nós não tenha estado lá”. Ir com o avô e o irmão é “tão natural”, que ver um jogo dos “conquistadores” com amigos “nem parece a mesma experiência”. “Aquilo para mim é uma coisa de ir com a família, porque para mim ver o Vitória é estar com o meu avô e o meu irmão. Só assim é que estou a ver o Vitória”, confessa Luís Rocha.

As bancadas contam histórias

A primeira vez que subiu os degraus do estádio foi no ano em que o Vitória de Guimarães desceu para a segunda divisão. Em 2005, Luís foi com o avô assistir a uma partida da Taça UEFA, que os vitorianos venceram por três golos sem resposta, diante dos polacos do Wisla Cracóvia. O entusiasmo instalou-se a partir de então: “O meu avô perguntava-me se eu queria ir e eu queria ir sempre”.

Em casa é em família, mas fora de portas – e também nas modalidades – as histórias fazem-se com os amigos. Seja nos play-off de basquetebol, nas piscinas de pólo aquático ou em deslocações no futebol, Luís Rocha e companhia teimam em apoiar o Vitória, coleccionando triunfos e derrotas, mas principalmente memórias. Numa delas, foram até Aveiro, para assistir ao confronto entre a equipa B e a Oliveirense. Num estádio com capacidade para 30 mil, estavam apenas 164 pessoas. Cinco delas eram Luís e os amigos, que rapidamente foram rodeados por dez polícias. “Eles estavam a fazer caixa de segurança, mas era de rir, porque eram mais polícias do que adeptos. Eles estavam lá a conversar e a rir connosco”, recorda.

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Nelson Garrido

No álbum de recordações de Luís cabem ainda “alguns bilhetes” e um “chapéu colectivo”. O adereço alusivo ao clube é partilhado com os amigos, sendo que troca de dono cada vez que vão a um jogo fora todos juntos. A regra é sempre a mesma: “O chapéu só pode mudar de dono em deslocações [de futebol]”. Trata-se de uma lembrança de 2011, da final da Taça de Portugal, na qual o Vitória viria a ser derrotado pelo FC Porto (2-6).

Ao longo de vários anos, houve um jogador que nunca lhe saiu da retina: Flávio Meireles. “Não há volta a dar, acho que é uma referência para todos os vitorianos. Era um jogador que sentia muito o clube”. Já nos pavilhões, a maior admiração recai em Paulo Cunha, que representou a formação de basquetebol vimaranense durante “12 ou mais anos”. “É muito acarinhado pela massa adepta”, revela.

Para Pedro Nogueira, a caderneta de memórias com os “dragões” guarda um lugar especial para o hóquei em patins. Foi inclusivamente a primeira modalidade em que se lembra de ver o FC Porto jogar: “É a que mais me toca em termos emocionais”. Um dos melhores jogos de que se recorda foi frente ao Benfica, em 2017, em que os “azuis-e-brancos” venceram os rivais no Dragão Caixa por 9-7 - para depois se sagrarem campeões de hóquei em patins.

Outro momento que ficou gravado no cartão de memória do designer foi a vitória por 5-1 frente à Oliveirense, em 2011. O triunfo selou a conquista do inédito decacampeonato de hóquei. “Foi um jogo marcante”, em que a braçadeira de capitão pertencia a Reinaldo Ventura, o “ídolo desportivo” de Pedro. Do hóquei em patins guarda outra braçadeira, mas de José Campos, team manager das equipas de formação da modalidade. Nas gavetas do armário ainda há espaço para uma camisola do basquetebolista António Monteiro – que enverga várias vezes nos encontros do FC Porto – ou ainda a do andebolista Leandro Semedo.

No universo das “águias”, Gonçalo não tem dúvidas de que as conquistas e triunfos do Benfica são feitos a emoldurar, como o tetracampeonato de futebol ou as vitórias em derbies nas várias modalidades. A conquista da Liga Europeia de hóquei em patins, em 2016, diante da Oliveirense (5-3), também tem um lugar cativo na memória do benfiquista. “São muitos momentos bons”. Se calhar são tantos que nem consegue destacar um atleta por quem tenha um carinho especial. “Gosto de todos”, afirma. Já em casa, para cada memória há um adereço, equipamento, ou peça de uma colecção, “desde o interruptor do quarto a um mini-estádio”. “Tenho as camisolas de todos os anos. A mais antiga é, talvez, um equipamento do Benfica de quando eu tinha três anos. E que vou para sempre guardar”, garante Gonçalo Rebelo.

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Miguel Manso

Do lado dos “leões”, é com a bola nos pés dos jogadores que Hugo se lembra do coração explodir de alegria. Em 2012, não conseguiu ficar sentado e viajou até Inglaterra para ver o Sporting eliminar o Manchester City para a Liga Europa. Já em 2016, recorda uma Taça de Portugal que, tanto no futebol, como no futsal, ficou no museu verde-e-branco, com vitórias no Jamor e em Gondomar. No relvado, o emblema de Alvalade venceu o Sporting de Braga nos penáltis, depois de recuperar da desvantagem de dois golos. No pavilhão, o triunfo por 4-2 diante do Benfica foi mais saboroso: “Foi um ‘jogaço’, ainda por cima frente a um rival directo. Nunca mais me esquecerei.”

O matosinhense prefere ver o esférico a rolar nos pavilhões, principalmente quando é João Matos o dono da bola. “É um exemplo de sportinguista e de sportinguismo”. Entre os atletas que admira, figuram ainda o capitão de hóquei, João Pinto, e Carlos Ruesga, que “mesmo sendo espanhol, sente o clube como os adeptos”. Para todos os jogos, Hugo equipa-se a rigor, com camisola e cachecol, mas também faz questão de levar consigo um símbolo em metal do Sporting, quiçá para “dar sorte”. “Uma espécie de amuleto.”

A pressa é tanta para apoiar as formações “leoninas”, que Hugo e o pai não aguentam esperar para fazer mais de 300 quilómetros. Na época passada, no dia em que o Sporting defrontou o Portimonense no Estádio José Alvalade, fizeram de tudo para ser os primeiros na fila dos bilhetes para os jogos de andebol e futsal, durante a tarde, mas a sorte não lhes sorriu: “Levantámo-nos muito mais cedo, fizemos a viagem mais rápido, chegámos lá e não tínhamos bilhete”. Ainda assim, deu para ver o Sporting vencer o emblema de Portimão no final do dia.

Valorizar as modalidades: os clubes já o fazem, só faltam os adeptos

Hugo sabe que o esforço que faz pelas modalidades não é único. “Tanto o Sporting como os adeptos dão o devido valor”, acrescenta. O sportinguista coloca o clube ligeiramente acima dos rivais - FC Porto e Benfica – neste aspecto, mas não deixa de aplaudir o cada vez maior investimento nestas modalidades, inclusivamente por parte dos restantes emblemas nacionais, sejam as “equipas sempre competitivas” de andebol e futsal do Belenenses, seja o ABC ou o Sp. Braga, em que é “sempre complicado jogar nos pavilhões deles”.

Gonçalo Rebelo concorda que estes desportos estejam “realmente a crescer” em Portugal, destacando o hóquei em patins, “que é sem dúvida a melhor liga que se joga na Europa”. No entanto, sente que ainda falta iniciativa dos adeptos, num momento em que os clubes, como o Benfica, cumprem “a sua parte”. “Sinto que há falta de pessoal no pavilhão [da Luz]”, desabafa.

O apoio nas modalidades acaba por ser maior “quando há mais sucesso”, aponta Luís Rocha. O adepto vitoriano fala das deslocações de basquetebol ou voleibol do clube, que já mobilizaram centenas de aficionados, mas isso apenas se verifica mais “quando corre bem”. “Infelizmente, quando corre mal, não há tanta [mobilização], ao contrário do que acontece no futebol, onde continua a haver ali uma massa adepta certinha”, indica.

“Em Portugal, não temos cultura desportiva”, salienta Pedro Nogueira. O portista concorda com Luís, dando o exemplo do Sporting. O clube de Alvalade “limpou tudo nas modalidades de pavilhão” – é o actual campeão de futsal, voleibol, hóquei em patins e andebol -, mas “os adeptos não ficaram nada satisfeitos, por força daquilo que foi o rendimento da equipa de futebol”. O designer lamenta esta realidade, uma vez que o apoio do público tem significado para os atletas. “Os jogadores do FC Porto valorizam muito e têm dito: ‘nós sabemos quem vai ao pavilhão e quem não vai, quer seja clássico, quer não seja’”. Os atletas chegam a distribuir camisolas e bilhetes pelos adeptos “mais antigos” no Dragão Caixa, “numa forma de agradecimento por todo o apoio que é feito”, revela Pedro.

Para Luís Rocha, no entanto, “faz todo o sentido”. “O futebol move mais pessoas por tradição e acho que isso não vai mexer. Ainda por cima, Portugal é um país que, a nível mundial, é muito bom em termos de futebol”. Para contrariar esta situação, seria necessário surgirem “cinco ou seis talentos geracionais”: “É uma bola de neve. Não vão surgir talentos se não houver interesse pela modalidade, não há interesse se não houver investimento”, conclui.

"Se não for pelo jogo, é pela viagem"

Apesar das adversidades, custos financeiros ou agendas apertadas, estes adeptos continuam empenhados a acompanhar as equipas nas várias modalidades do clube do coração. Todas as despesas passam para “segundo plano” para Gonçalo, pela “emoção que se vive” ao apoiar o Benfica. “Nunca vai ser um gasto, porque compraste um contrato de felicidade”, admite.

“Quando é com amor ao clube, nunca me arrependo daquilo que gasto para vir para aqui”. Para Pedro, nem o aumento dos preços dos bilhetes de comboio o impedem de visitar o Dragão Caixa, porque os “jogadores merecem, muitos membros da estrutura das modalidades merecem”. “Os jogadores marram de uma forma tremenda” e, por isso mesmo, às vezes é também Pedro que “marra” na sexta-feira à noite, para no sábado estar mais livre e poder apoiar o FC Porto.

Hugo Baía consegue sempre “arranjar um tempinho”, porque “muitos dos jogos são ao fim-de-semana”. Às vezes, torna-se mesmo num trabalho “a tempo inteiro” quando passa vários dias em Lisboa, caso os “leões” joguem “três ou quatro vezes em casa”. “Não é nada que não se faça por amor ao clube e acho que toda a gente que sente o clube como nós sentimos faz isso pelo Sporting”, diz.

“Se não for pelo jogo, é pela viagem”. Luís admite que o Vitória de Guimarães “não dá muitas alegrias”, mas isso não impede que estejam todos “ali a sofrer agarrados” a cantar e a puxar pelos “conquistadores”. “Queremos muito que ganhe, apertamos com eles”, sublinha. Se não for pelo encontro, “vale a pena” pela experiência. “Encontrar-me com os amigos, irmos para algum lado, sei lá, Vila das Aves, estarmos lá duas horas antes do jogo, a conversar e a beber uns copos, depois ver o jogo e o Vitória ganhar… acaba por ser o dia perfeito.”

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