Budapeste, uma cidade imperial

O leitor Rui Bizarro partilha a sua experiência na capital húngara.

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O Parlamento Miguel Manso
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A Ponte das Correntes Reuters/Lazlo Balog
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Passagem sobre a Ponte das Correntes Reuters
,Basílica de Santo Estêvão
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Na catedral Reuters
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Praça dos heróis Reuters/Lazlo Balog
Banho Termal Széchenyi
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Nas termas Szechenyi Laszlo Balogh/Reuters
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Vista do castelo Laszlo Balogh/Reuters
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O Parlamento Bernadett Szabo/Reuters
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Lago Balaton Reuters

Budapeste, capital da Hungria, nas margens do enorme e belo rio Danúbio, é, sem dúvida, uma cidade imperial, onde a tradição e a modernidade se fundem. Por lá passaram antigos celtas, nómadas, guerreiros e conquistadores.

Ir a Budapeste é ficar totalmente extasiado e apaixonado com a sua beleza: o inspirador Danúbio azul, as oito pontes que ligam Buda a Peste, a grandeza das ruas e avenidas, os castelos, os prédios antigos, as igrejas e os monumentos sumptuosos, a dinâmica moderna da cidade, gente bonita, trabalhadora e cool, gente que se respeita, organizada, aberta, simples e sem grandes snobismos. País barato para se visitar e viver, quando se evitam lugares demasiado turísticos. Relaxamento no ar, uma vida de trabalho, mas sem stress. O silêncio escuta-se por entre alguns bairros, o verde respira-se. Uma cidade plana sem altos nem baixos.

A cidade mais antiga é Obuda, ocupada pelas tribos celtas até à conquista dos romanos, no século I a.C.. Esta foi fundada no ano 89 e durante quatro séculos foi a capital da região romana de Panónia. Os romanos chamavam Obuda de Aquincum, que vem da palavra aqua (água), em homenagem aos inúmeros espaços termais que proporcionam tanta fama a Budapeste.

A região actual da Hungria, habitada inicialmente por grupos celtas, começou a ser ocupada por grupos da tribo magyar, até então nómadas, a partir do ano 896. Sob a liderança do príncipe Arpad, as tribos fixaram-se na região. A partir de 955, o príncipe Geza inicia uma aproximação com as nações vizinhas, todas praticamente estados cristãos. Geza adere ao cristianismo e o seu filho Vajk é baptizado com o nome de Istvan (Estêvão), o qual já foi educado para ser um monarca cristão. Estêvão casa-se com Gisela, filha mais velha do rei Henrique II da Baviera.

Estêvão passou à história como um grande homem e estadista, que unificou nove tribos, todas elas rivais, e formou o povo húngaro. No ano 1000, Estêvão é coroado rei com uma coroa de ouro presenteada pelo Papa Silvestre II em reconhecimento pelos esforços em defesa da fé cristã e consolida o reinado iniciado por seu pai. A Hungria nasce então no ano 1000, com a coroação deste seu primeiro rei Estêvão.

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Miguel Manso

Mais tarde, em 1867, foi constituído o império austro-húngaro, tendo início uma época dourada para a capital e para a nação. Em 1873, uniram-se definitivamente Buda e Peste sob o nome de Budapeste e a cidade chegou a ser a segunda mais importante do império austro-húngaro, sendo a mais importante a cidade de Viena.

Depois da Primeira Guerra Mundial, o Tratado de Saint-Germain-en-Laye, pelo qual a Áustria renunciou aos direitos da monarquia austro-húngara, separou a Hungria da Áustria e assim se constituiu o Estado Húngaro Independente.

Depois da assinatura do Tratado de Trianon, em 1920, acordo que os Aliados impuseram à Hungria depois da queda de Bela Kum, a Hungria perdeu a Eslováquia, Ruténia, Transilvânia, Croácia, Burgenland, mais de dois terços do seu território, e Budapeste tornou-se uma capital enorme para um estado tão pequeno.Com a queda da União Soviética em 1989, a Hungria abandonou o comunismo e recuperou sua liberdade, nascendo assim a República Húngara. Em 2004, a Hungria passou a fazer parte da União Europeia.

O que visitar em Budapeste

Basílica de Santo Estêvão; Parlamento; passeio de barco nocturno; termas (Gellert, Szechenyi e Rudás); Castelo em Buda; Monumento da Libertação; Ponte das Correntes; Rua Váci; Praça dos Heróis; Parque da Cidade; Ilha Margarita; Igreja de São Matias; Ópera Nacional; Museu Nacional; Sinagoga; Café New York

Fora de Budapeste

Lago Balaton; Eger; Debrecen

Sabores húngaros

Se há algo absolutamente característico da gastronomia húngara é o uso constante de paprica (pimentos picantes vermelhos, amarelos ou verdes) e malaguetas. Daí o tom normalmente avermelhado dos seus pratos típicos e também a venda exagerada de paprica em lojas de souvenirs. A melhor forma de acompanhar estes pratos quentes será com um bom vinho húngaro Kadarka ou Egri Bikavér, de uma das treze regiões demarcadas do país. Existem também inúmeras cervejas para saborear. Experimente também a Pálinka, uma bebida destilada feita à base de damasco, cereja, ameixa, maçã, etc. Existe também o Unicum, um licor amargo de ervas. A não perder també, o goulash, enorme sopa de carne.  Quanto à comida de rua, destaca-se o lángos, que  parece uma pizza mas a massa é frita; e kurtoskalacs, um pão doce de massa fina enrolado e servido com chocolate, canela, etc.

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