Cimeira May-Corbyn sobre o “Brexit” ainda sem luz verde

Segundo dia de negociações sobre a estratégia para desbloquear o impasse do processo de saída da UE focou-se em “discussões técnicas”. Novas votações no Parlamento só para a semana.

Jan Baxant
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Keir Starmer (ao centro), "ministro-sombra" do "Brexit", liderou a equipa trabalhista no segundo dia de negociações,Keir Starmer (ao centro), "ministro-sombra" do "Brexit", liderou a equipa trabalhista no segundo dia de negociações EPA/WILL OLIVER,EPA/WILL OLIVER
Keir Starmer, "ministro-sombra" do "Brexit", liderou a equipa trabalhista no segundo dia de negociações
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Starmer confirmou que as negociações continuam na sexta-feira EPA/ANDY RAIN

As equipas de Theresa May e de Jeremy Corbyn reuniram-se pela segunda vez para discutir o “Brexit”, e pela segunda vez chegaram à conclusão que será necessário voltarem a reunir-se. As conversas “construtivas”, mas “inconclusivas”, de quarta-feira, deram lugar a “discussões técnicas”, “detalhadas e produtivas”, esta quinta-feira, sem que haja, no entanto, sinais de que possa haver um acordo iminente entre o Governo britânico e o Partido Trabalhista.

“As equipas de negociações reuniram-se hoje nas instalações do Conselho de Ministros, durante quatro horas e meia, para discussões técnicas, detalhadas e produtivas. O Governo e a oposição esperam reunir-se outra vez amanhã [sexta-feira] para continuarem a trabalhar e encontrarem forma de cumprir o referendo, conscientes da necessidade de se alcançarem progressos antes do próximo Conselho Europeu”, informou um porta-voz do Governo.

Nesse sentido, e uma vez confirmada pelas partes mais uma ronda de reuniões para sexta-feira, a realização de novas votações no Parlamento britânico, para se tentar desbloquear o atribulado processo de saída do Reino Unido da União Europeia, só poderá acontecer na próxima semana, mesmo que sem certezas sobre possíveis datas.

Na agenda de trabalhos na Câmara dos Comuns, divulgada pelo Governo, não constam, por enquanto, quaisquer pontos divergentes da rotina parlamentar.

Refira-se que a primeira-ministra britânica prometeu dar aos deputados a possibilidade de escolherem entre várias opções sobre a relação futura entre o Reino Unido e o bloco europeu, caso as discussões com o principal partido da oposição fracassem.

O plano de May é pedir a Bruxelas mais um adiamento da data de saída, de 12 de Abril para 22 de Maio, na cimeira europeia extraordinária que se realiza na próxima quarta-feira. Com os 27 pouco interessados numa nova prorrogação curta do “Brexit”, a primeira-ministra britânica aposta nas discussões com Corbyn para os convencer sobre os méritos da sua proposta.

As principais exigências do Labour são a permanência do país numa união aduaneira com a UE e a realização de uma votação pública a qualquer que seja o acordo que venha a ser aprovado pela Câmara dos Comuns. Segundo o Guardian, o Governo está a ponderar dar aos deputados a possibilidade de rejeitar ou aprovar esta segunda hipótese.

Em paralelo, e depois de os deputados terem aprovado na quarta-feira, por um voto, uma proposta de lei interpartidária, destinada a vincular juridicamente a primeira-ministra a um pedido de adiamento de uma saída sem acordo, a Câmara dos Lordes lançou-se esta quinta-feira numa maratona de votos para decidir se permite que a proposta se transforme em lei ou se lhe acrescenta alterações. O processo só deverá ficar finalizado na próxima segunda-feira.

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