Arquitectura

O Centro de Interpretação do Românico é “a unidade dentro da diversidade”

Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido

Fazer um edifício que representasse “todo o simbolismo e carga histórica” do românico foi um desafio para os arquitectos do Spaceworkers, em Paredes. Com olhos no guião “sobre o qual o programa” do Centro de Interpretação do Românico assentava, Henrique Marques e Rui Dinis, arquitectos responsáveis, definiram um conceito baseado nas “características do românico da região”: “a unidade dentro da diversidade”.

As imagens captadas por Nelson Garrido, fotojornalista do PÚBLICO, mostram as sete torres de betão que nasceram em Lousada e são, simultaneamente, um ponto de chegada ou de partida para os visitantes da Rota do Românico — que passa por 58 monumentos na região de Tâmega, Sousa e Douro. “O edifício é o primeiro contacto que o visitante tem com o românico", ou o último, quando "já passou por todos os monumentos e termina a sua visita ali, para ficar com um conhecimento global”, resume Rui Dinis. Foi concebido com o intuito de remeter as pessoas, “ainda que de forma contemporânea, para as sensações que têm ao entrar dentro de uma das igrejas do românico”. Como? “Pela escala, geometria dos espaços e da planta, altura.” Só assim conseguiam transmitir a diversidade e representatividade de tudo o que a rota oferece.

Organizadas “em torno de um claustro central”, os sete blocos “geram uma espécie de rua medieval” (como mostra a imagem 4 desta fotogaleria). Os edifícios são “austeros, todos fechados, com apenas uma porta de entrada” que reinterpreta um elemento “automaticamente associado ao estilo românico”: o arco de volta perfeita, normalmente encontrado nas igrejas. “Fomos também buscar a pedra dos dias de hoje — o betão — e a textura da madeira, pela relação ao local”, explica o arquitecto. “Antigamente, os edifícios eram feitos em pedra e estruturas de madeira, o que as florestas dispunham. Foi por aí que se foi montando a história deste edifício”, continua.

As torres abrigam salas “que dispõem de conteúdos”, que podem ou não pressupor a interacção dos visitantes. Apenas uma delas serve para exposição “dedicada às intervenções nos edifícios românicos ao longo dos anos”. Rui Dinis recorda que os edifícios “foram sofrendo mutações” até que, “em determinada altura, se entendeu que deviam ser limpos de todas essas operações e devolvidos à sua condição original”.

O Centro de Interpretação do Românico abriu ao público em Setembro de 2018 e é composto por seis salas temáticas, distribuídas por uma área de 650 metros quadrados. Pode ser visitado de terça-feira a domingo, entre as 10 e as 18 horas. A entrada custa três euros.

Nelson Garrido
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