Deputados aprovam restrições no acesso às armas na Nova Zelândia

A decisão surge depois do ataque a duas mesquitas em Christchurch, no dia 15 de Março, que vitimou 50 pessoas.

Foto
Uma loja de armas semiautomáticas Reuters/GEORGE FREY

Os deputados da Nova Zelândia votaram esta terça-feira a favor de novas restrições ao uso e compra de armas naquela que foi a primeira etapa de um projecto de lei que deverá ser aprovado na próxima semana.

A votação foi a primeira de três que os deputados devem aprovar antes que a lei entre em vigor. A nova lei proibirá o uso e compra do tipo de armas usadas pelo homem que matou 50 pessoas em duas mesquitas em meados de Março: armas semiautomáticas “estilo militar” e munições de alta capacidade, por exemplo.

O projecto de lei foi apoiado por liberais e conservadores, com apenas um único legislador dos 120 com assento parlamentar a votar contra: foi o conservador David Seymour, alegando que o processo estava a ser muito apressado. “Fazê-lo em nove dias, antes dos políticos irem de férias na Páscoa, começa a parecer mais um teatro político do que segurança pública”, sustentou.

O ministro da Polícia, Stuart Nash, justificou que muitas pessoas têm acesso a armas perigosas e que os legisladores foram motivados pela necessidade de garantir a segurança pública. “Também somos motivados pela memória de 50 homens, mulheres e crianças que foram tirados aos seus entes queridos no dia 15 de Março”, disse Nash.

“A memória deles é nossa responsabilidade. Nunca mais queremos ver um ataque como esse no nosso país. Somos obrigados a agir rapidamente”, acrescentou.

Nash sublinhou que na Nova Zelândia a posse de armas continua a ser um privilégio e não um direito.

Muitos neozelandeses estão a favor das novas medidas e ficaram chocados com as armas de fogo que o atirador conseguiu obter legalmente. Contudo, mais de 14 mil pessoas assinaram uma petição no parlamento na qual se defende que as mudanças na lei são “injustas” para os cidadãos cumpridores da lei e que estas estão a ser motivadas pelo lado emocional da questão. 

Sugerir correcção
Comentar