Cidade da Beira regista primeira morte por cólera

Nesta segunda-feira chegam à Beira 900 mil doses de vacina contra a cólera.

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LUSA/TIAGO PETINGA
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A cidade da Beira registou a primeira morte devido a cólera, disse no domingo o director-nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Isse. O número de casos nesta região centro de Moçambique, a mais afectada pelo ciclone Idai, subiu para 517.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira a chegada de 900 mil doses de vacina contra a cólera, estando previsto o início de um plano de vacinação.

​Também nesta segunda-feira, as autoridades moçambicanas actualizaram para 518 o número de mortos provocados pelo Idai, que atingiu o país nos dias 14 e 15 de Março, e pelas cheias que se lhe seguiram - mais 17 em relação aos dados anteriores.

De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Catástrofes, há 1641 feridos e mais de 146 mil pessoas estão abrigadas em centros de acolhimento.

O número de feridos representa um aumento de 118 relativamente aos 1523 do anterior balanço. Os que procuraram abrigo nos centros de acolhimento subiram para 146,142 (mais 5535).

A estimativa de pessoas afectadas mantém-se nas 843,723 e o número de famílias necessitadas de assistência humanitária é de 29,291 (mais 193).

O grupo de pessoas afectadas inclui todas aquelas que perderam as casas, precisam de alimentos ou de outro tipo de assistência.

Segundo o Instituto de Gestão de Catástrofes moçambicano, o Idai provocou danos em 3318 salas de aulas, com 150,854 alunos prejudicados.

A devastação causada pelo ciclone - que destruiu as frágeis infra-estruturas no centro do país e isolou povoações que, em alguns locais, tiveram que beber água estagnada por terem ficado isoladas pela água -, criou o risco de surgirem surtos de doenças, sobretudo diarreia, cólera, febres e malária.

No final da semana passada, já tinham sido registados 2500 casos de diarreira na Beira. 

“O primeiro objectivo [da campanha de vacinação] é evitar a propagação da cólera”, explicou David Wichtwick, da equipa da OMS na cidade da Beira, ao anunciar que as vacinas iam chegar.

A campanha vai ser feita em nove centros de vacinação, cinco na cidade da Beira, dois no Dondo, um em Búzi e outro em Nhamatanda.

A par desta campanha estão a ser criadas estruturas de saúde nas áreas mais necessitadas. O Hospital Central da Beira (HCB) montou uma unidade móvel com capacidade de internamento para 20 pessoas e com 50 médicos disponíveis, disse Ussene Issa. “O hospital de campanha vai funcionar com todos os requisitos de um hospital, com serviços de urgência, laboratório completo, internamento e sala de operação”.

A unidade vai contar com médicos moçambicanos e estrangeiros de diferentes especialidades, que vão trabalhar nesta estrutura durante seis meses. 

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