Noruega enriquece com petróleo mas já quase só compra eléctrico

Vendas do primeiro trimestre de 2019 mostram que três em cada cinco carros novos são 100% eléctricos e um em cada cinco são híbridos.

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Modelos eléctricos à venda em Oslo Reuters/Alister Doyle

A Noruega é um país rico graças à exploração de petróleo. Em 2018, a indústria petrolífera garantiu 17% do Produto Interno Bruto, 21% das receitas do Estado e 43% das exportações. Mas na hora de escolher um carro novo, três em cada quatro compradores, segundo os números das vendas de Março de 2019, escolhem um carro eléctrico ou plug-in híbrido.

De acordo com a Federação Rodoviária da Noruega (FRN), 58,4% dos novos carros vendidos nesse mês são 100% eléctricos. Somando a estes os híbridos plug-in, verifica-se que só 22,7% dos automóveis novos têm motor de combustão interna.

A Noruega já era líder nesta matéria e o primeiro trimestre de 2019 só serviu para reforçar ainda mais esse estatuto. Dados do Instituto Norueguês de Estatística, que actualizou os números a 29 de Março, mostram que no país circulavam 2,76 milhões de ligeiros. No final de 2017, 47% desse parque automóvel era constituído por carros diesel, cerca de 5% eram eléctricos puros e 2,46% híbridos eléctricos. Isso mostra que, lá como cá, ainda se está longe de uma mobilidade puramente eléctrica mas o país fez um enorme compromisso com a mudança: quer eliminar até 2025 as vendas de carros movidos a combustíveis fósseis.

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Desde Junho de 2017 que a quota de mercado dos eléctricos (que para efeitos estatísticos incluem os híbridos) é superior às alternativas baseadas no combustível fóssil. E a diferença que as separa – com vantagem para os eléctricos – tem crescido sempre, mas acelerou muito desde Agosto de 2018, atingindo o valor mais elevado em Março de 2019, segundo números da FRN, revelados pela Reuters.

O peso dos impostos (e o do preço do combustível) é um dos grandes pilares que sustentam esta mudança na preferência de consumidores. "Para ser honesto, a primeira e principal razão é fiscal. Os impostos sobre carros na Noruega são muito elevados e nada nos carros eléctricos”, exemplifica Glenn Joergensen, 54 anos, piloto de aviação, citado pela mesma agência.​ Jorgensen é um dos novos clientes da Tesla, que vendeu mais de 5000 carros no primeiro trimestre, obtendo uma quota de mercado de 31,7%.

A chegada do Model 3 da Tesla à Europa, no início deste ano, e que custa 45.400 euros na versão mais barata na Noruega, bem como a do e-tron da Audi, ampliou o leque de alternativas. O modelo mais popular naquele país nórdico continua a ser o Nissan Leaf.

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