Papa visita Marrocos, para falar a favor da tolerância religiosa

Num dos países charneira para a imigração na UE, Francisco defendeu que as barreiras nunca serão a solução. E vai apoiar iniciativas de diálogo inter-religioso iniciadas pelo rei Mohamed VI.

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O Papa Francisco e o rei Mohamed VI, num dia chuvoso em Rabat Fadel Senna/REUTERS
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Padres e dignitários marroquinos, a plateia era variada Youssef Boudlal/REUTERS
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Tudo servia para resistir à chuva e ouvir o Papa discursar Youssef Boudlal/REUTERS

Os problemas da imigração nunca se resolverão erguendo barreiras físicas, salientou o Papa Francisco em Rabat, ao iniciar uma visita de dois dias Marrocos, um país cuja colaboração é fundamental à União Europeia para controlar a imigração africana para o Velho Continente. É preciso lutar pela justiça social e corrigir os desequilíbrios económicos do mundo, frisou o Pontífice, que foi recebido pelo rei Mohamed VI e pelo seu herdeiro, o príncipe Moulay Hassan.

“Fomentar o medo dos outros ou negar assistência aos que legitimamente aspiram a uma vida melhor para si e para as suas famílias não resolverá a questão da imigração”, disse o Papa, na cerimónia de boas vindas. A última vez que um líder da Igreja Católica visitou Marrocos foi há 34 anos, era então Papa João Paulo II.

Após a cerimónia, o Papa e o rei visitaram um instituto que Mohamed VI fundou em 2015 para a formação de imãs e pregadores – tanto homens como mulheres – muçulmanos. Marrocos, que é praticamente 100% muçulmano, tem-se tentado definir como um país praticamente de uma forma tolerante do Islão, como um oásis de tolerância religiosa. Oferece formação a imãs africanos e europeus com estas características moderadas.

O Papa agradeceu ao rei de Marrocos por providenciar “formação sólida para combater todas as formas de extremismo, que tantas vezes levam à violência e ao terrorismo, e que, de qualquer forma, constituem uma ofensa à religião e ao próprio Deus”.

O convite para a visita partiu do rei Mohamed VI, a quem o Comité de Cristãos Marroquinos tem reconhecido esforços para tornar o país mais tolerante, sobretudo depois de ter organizado, em 2016, a Conferência sobre Minorias Religiosas em Países Islâmicos.

O objectivo é fazer uma aproximação entre os representantes das duas maiores religiões do mundo.

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