Rússia acusa Lituânia de “provocação” ao condenar antigo ministro soviético

Tribunal lituano condenou Dmitri Iazov a dez anos de prisão, à revelia, pelo ataque de pára-quedistas soviéticos em Janeiro de 1991.

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A acção militar russa decorreu entre 11 e 13 de Janeiro de 1991 DR

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou a Lituânia de cometer um acto hostil e provocador, um dia depois de um tribunal lituano ter considerado um ex-ministro da Defesa soviético culpado de crimes de guerra pelo seu papel na repressão de 1991 na Lituânia.

Um tribunal de Vilnius sentenciou Dmitri Iazov, de 94 anos, à revelia a dez anos de prisão. Iazov era o mais alto responsável numa lista de 67 pessoas com um passado na estrutura política e militar da União Soviética.

“Nós caracterizamos estas acções como extremamente hostis e essencialmente provocadoras, demonstrando o viés e a motivação política deste julgamento vergonhoso”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiro da Rússia em comunicado.

O Governo russo acusou o tribunal lituano de ignorar testemunhos e não permitir que diplomatas russos comparecessem ao julgamento.

“As tentativas das autoridades de manipular factos óbvios usando manipulações legais reflectem o curso desconstrutivo da actual liderança lituana em relação à Rússia”, disse o ministério russo.

A Lituânia tornou-se na primeira república soviética a declarar independência de Moscovo, em Março de 1990. A União Soviética foi formalmente dissolvida em Dezembro de 1991.

Catorze civis foram mortos pelo Exército soviético em Janeiro de 1991, quase todos durante a invasão da sede da televisão estatal por pára-quedistas soviéticos. Mais de 700 ficaram feridos.

A Rússia recusou-se a cooperar com o julgamento, considerando-o ilegal e em violação dos princípios fundamentais da justiça.

E o ex-Presidente soviético Mikhail Gorbachov, de 88 anos, recusou-se a depor – no dia 10 de Janeiro de 1991, Gorbachov ordenou a restauração da Constituição da União Soviética na Lituânia, ameaçando usar a força se as autoridades do país não cumprissem a ordem.

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