Défice zero com dívida pública colossal?

Alguém, no futuro, seja quem for, pagará. Nem que seja com mais um empréstimo externo ou a denúncia da dívida...

O ministro das Finanças português, e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, está todo satisfeito porque o Governo a que pertence – ou de que será mais o real leader – conseguiu a proeza de acabar 2018 com um défice de 0,5% (não esquecer que o défice é o quociente entre as receitas e as despesas!), algo, creio, nunca atingido. Até o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa louva, esperando, em breve, um défice 0 (zero).

Pois, só que isso só é possível porque a carga fiscal – leia-se, as receitas através dos impostos – tem subido exponencialmente, desde 2015, ao ponto de 2018 ter sido o ano onde essa carga mais se fez sentir, representando, só por si, 35,4% do PIB, como recorda o PÚBLICO num artigo de terça-feira.

Recordemos que ainda esta semana o PÚBLICO indicava que os partidos que apoiam a “geringonça” – só o termo “onça” parece dizer tudo quanto a estes amigos todos, face aos contribuintes – afirmavam que o ministério de Centeno tem milhões de euros cativos. Ou seja, não paga e não investe para manter estes dados tão brilhantes.

Entretanto, a dívida pública estava, em 2018, segundo a Pordata, nos 121,5% do PIB e com expectativa de subir. Ou seja, seriam necessários dois PIB, no mínimo, para que a dívida de Portugal fosse coberta por aquilo que produz! Mas isso é o menos importante. Alguém, no futuro, seja quem for, porque Centeno e companhia já não estarão à frente da gestão política portuguesa, pagará.

Nem que seja com mais um empréstimo externo ou a denúncia da dívida...

Nota: Todos os textos por mim escritos só me responsabilizam a mim e não às entidades a que estou agregado

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