Big data chega ao McDonald’s: empresa investe em tecnologia para menus personalizados

O gigante da restauração vai comprar uma empresa de inteligência artificial para fazer sugestões com base no estado do tempo e preferências dos clientes.

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A tecnologia já foi testada em alguns restaurantes norte-americanos Reuters/MIKE BLAKE

O McDonald's anunciou a compra da Dynamic Yield, uma empresa de inteligência artificial com sede em Nova Iorque e Tel Aviv, que se foca em sistemas de personalização automáticos.

O objectivo do gigante norte-americano da restauração é criar um menu interactivo que se altera para agradar ao cliente que o está a consultar. Por exemplo, diferentes bebidas consoante o estado do tempo (frappuccinos quando está sol, chocolate quente para dias de chuva), recomendações de sandes e sobremesas com base nos itens que o cliente já seleccionou, ou sugestões com base em produtos populares. Em 2018, foram realizados vários testes em restaurantes nos EUA.

Para funcionar, os algoritmos da Dynamic Yield processam grandes quantidades de dados, como a temperatura, a hora do dia, e o histórico de venda naquele restaurante e nos outros restaurantes do mundo, num tipo de prática habitualmente chamada big data. Em 2019, a cadeia de restauração norte-americana conta com 38 mil restaurantes em mais de 100 países.

A empresa não é a única a investir em inteligência artificial. Alguns concorrentes usam reconhecimento facial. Em 2017, a empresa de comércio online Alibaba juntou-se à cadeia de restauração KFC para testar um sistema de pagamento com sorrisos (chamado Smile to Pay, em inglês) na China. Em Chicago, nos EUA, uma cadeia de restauração de comida asiática, a Wow Bao, também usa a tecnologia – só que em vez de ser só para pagar, serve para reconhecer clientes habituais na fila. Com isto, o menu interactivo é capaz de apresentar os itens preferidos daquele cliente.

Para já, o McDonald's não tem planos para usar este tipo de tecnologia. No início, o foco será implementar a tecnologia nos drive-in da marca nos EUA, para diminuir filas em hora de ponta. “Isto vai permitir ao McDonald's ser uma das primeiras empresas a integrar tecnologia que ajuda decisões em pontos de venda físicos”, lê-se no comunicado oficial da empresa. Em 2020, a tecnologia deve começar a ser implementada fora dos restaurantes norte-americanos.

“Quando se servem 68 milhões de clientes todos os dias, a nossa capacidade para aprender com os seus comportamentos e traduzir isso em tecnologia é imbatível”, disse o presidente executivo do McDonald's, Steve Easterbrook, em comunicado.

Não foram revelados valores, mas fontes perto do negócio – citadas pela revista Wired – dizem que ultrapassa os 300 milhões de dólares. É a maior compra da empresa em 20 anos, desde que comprou a cadeia de restauração Boston Market em 2000.

Desde 2011 que a Dynamic Yield desenvolve algoritmos para recomendar produtos e serviços. 

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