Ministério da Saúde vai realizar estudo para analisar impacto do absentismo no SNS

Segundo a ministra, as ausências ao trabalho no Ministério da Saúde correspondem a uma taxa de absentismo geral de 11%, superior à média registada nos outros organismos da Administração Pública que é de cerca de 4%.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Ministério da Saúde mandou realizar um estudo sobre o absentismo e o seu impacto económico nas instituições do Serviço Nacional da Saúde (SNS), anunciou nesta quarta-feira a ministra Marta Temido.

A “melhor eficiência” dos recursos humanos “tem sido uma preocupação”, afirmou a ministra da Saúde na comissão parlamentar da Saúde, avançando que está “neste momento em curso o desenvolvimento de um estudo sobre o absentismo no Serviço Nacional de Saúde”.

As faltas dadas pelos profissionais de saúde totalizaram quase 3,8 milhões de dias em 2017, mais 2,4% do que no ano anterior, a maioria devido a doença (46,3%).

Segundo a ministra, as ausências ao trabalho no Ministério da Saúde em 2017 corresponderam a uma taxa de absentismo geral de 11%, superior à média registada nos outros organismos da Administração Pública que é de cerca de 4%.

Entre 2014 e 2017, o número total de dias de ausências no Ministério da Saúde aumentou 24%, referiu Marta Temido. “Neste contexto, decidimos determinar a elaboração de um estudo sobre o absentismo e o seu impacto nas instituições do SNS. O nosso objectivo é aprofundar a caracterização do absentismo e identificar o absentismo evitável, considerando em especial o absentismo por doença e por acidente em serviço, o que nos deverá preocupar especialmente num sector como o nosso”, adiantou a ministra.

Outros dos objectivos do estudo é calcular o impacto económico do absentismo, identificá-lo por instituição e por tipo de absentismo, acrescentou.

Segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde, e tal como o PÚBLICO já havia noticiado, as ausências ao trabalho voltaram a subir em 2018, passando para o equivalente a mais de quatro milhões de dias perdidos.

No topo destas ausências estão as faltas por doença, que voltaram a aumentar em 2018, para um total que está acima de 1,8 milhões de dias perdidos, pelo menos mais 100 mil dias do que o registado em 2017. Em segundo lugar está a protecção da parentalidade: quase 1,3 milhões de dias de ausência. Os dois motivos representaram 78% das causas de absentismo. Estes dados dizem respeito a todos os grupos profissionais do SNS, incluindo médicos.

As faltas ao trabalho no Serviço Nacional de Saúde por motivo de greve voltaram a disparar em 2018, para mais de 180 mil dias de trabalho perdidos, depois de já em 2017 as ausências por motivo de greve terem subido mais de 70%.

As greves totalizaram o equivalente a 181.238 dias de trabalho no sector público da saúde no ano passado, pelo menos mais 60 mil dias do que o verificado no ano anterior, segundo os dados do portal do Serviço Nacional de Saúde.

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