Henry salvou a honra da família Bonello

Malta perdeu frente à Espanha, mas evitou um resultado demasiado penalizador. Itália goleou o Liechtenstein e a Suíça deixou fugir uma vantagem de 3-0 nos últimos 10 minutos.

Mais uma defesa de Henry Bonello a evitar um golo espanhol
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Mais uma defesa de Henry Bonello a evitar um golo espanhol LUSA/Domenic Aquilina
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O golo de Dalsgaard a culminar a recuperação épica da Dinamarca Reuters/ARND WIEGMANN
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Quagliarella tornou-se no jogador mais velho a marcar pela Itália Reuters/JENNIFER LORENZINI

Havia duas promessas de goleada na derradeira noite da segunda jornada de qualificação para o Euro 2020, mas apenas uma delas foi cumprida: a Itália recebeu e cilindrou o Liechtenstein com meia dúzia de golos e consolidou a liderança no Grupo J. A outra promessa era da Espanha, que visitava a selecção de Malta, mas a formação “roja” apresentou-se com muitas alterações no “onze” e não conseguiu melhor do que vencer por 0-2.

A viagem até Malta proporcionou à selecção espanhola o reencontro com um nome histórico. Em 1983, na qualificação para o Euro 1984, a Espanha recebeu os malteses em Sevilha e estraçalhou-os por 12-1. Nessa noite, na baliza, estava John Bonello – pai de Henry Bonello, guarda-redes da selecção maltesa que nesta terça-feira defrontou os espanhóis, e que não era ainda nascido na fatídica noite de Dezembro de 1983 em que Malta foi vergada a uma dúzia de golos. Foi ele o responsável por restabelecer a honra e limpar o nome da família, ao conseguir a proeza de sofrer um sexto dos golos que o seu pai sofrera há 36 anos.

Com um punhado de boas defesas, Henry evitou um marcador demasiado volumoso na partida da segunda jornada do Grupo F. Espanha (sem Luis Enrique no banco de suplentes, por questões pessoais) entrou em campo com oito alterações relativamente ao “onze” que bateram a Noruega por 2-1 no sábado. E demorou a criar perigo perante a 182.ª selecção no ranking da FIFA (e antepenúltima europeia, só à frente de Gibraltar e São Marino). O golo inaugural só surgiu aos 31’, com Morata a quebrar a resistência maltesa. Após passe de Hermoso, o avançado do Atlético de Madrid fugiu ao defesa e rematou, sem que Bonello conseguisse impedir o golo.

Foi uma primeira parte de domínio espanhol, mas não de assédio à baliza adversária: ao intervalo as estatísticas da UEFA davam 20%-80% em posse de bola e 0-2 em remates enquadrados. A pontaria “roja” melhorou na segunda parte, mas Bonello foi resolvendo as situações mais perigosas, opondo-se bem a Asensio (59’ e 61’). Porém, o guarda-redes não conseguiu evitar o “bis” de Morata, que desviou de cabeça o cruzamento de Navas na direita aos 73’. Mas ainda seria Bonello a travar um remate de longe de Sergio Ramos (77’) e a mergulhar para a sua direita para travar mais um remate de Asensio (90+3’).

A partida não terminaria sem que Malta conseguisse uma espécie de remate enquadrado com a baliza espanhola – na verdade, o único remate feito pelos malteses em toda a partida. Foi aos 89’ e o ensaio de perigo pertenceu a Zerafa, com Kepa Arrizabalaga a agarrar sem qualquer problema. A derrota não surpreendeu ninguém, o resultado sim. E a honra da família Bonello foi ligeiramente restaurada.

Também no Grupo F, a Suécia recuperou de uma desvantagem de 2-0 na visita à Noruega, conseguindo fazer o 2-3 já no período de compensação. Porém, ainda houve tempo para os noruegueses fazerem o 3-3, aos 90+7’. A Roménia recebeu e venceu as Ilhas Feroé por 4-1.

A goleada da noite pertenceu à Itália, que abateu o Liechtenstein por 6-0. O herói da partida foi um velho conhecido: Quagliarella “bisou” e tornou-se no futebolista mais velho de sempre a fazer um golo pela “squadra azzurra”, aos 36 anos e 54 dias. O marcador começou a funcionar aos 17’ (Sensi) e continuou aos 32’ (Verratti) e 35’ (Quagliarella, de penálti).

Mesmo antes do intervalo, as coisas complicaram-se para os visitantes, que viram Kaufmann ser expulso – era o derradeiro defesa sobre a linha e travou com o braço um remate de Verratti que ia para golo. No penálti correspondente, Quagliarella fez o “bis”.

Apesar da superioridade numérica, a Itália apostou num ritmo mais tranquilo para o segundo tempo e só acrescentaria dois golos ao marcador. Moise Kean, a coqueluche da Juventus, fez o 5-0 aos 70’, após passe de Quagliarella. E Pavoletti estabeleceu o resultado final: foi dele um primeiro cabeceamento que o guarda-redes travou, mas a bola ficou à sua mercê, e o italiano na recarga não perdoou.

A Itália lidera o Grupo J, com dois pontos de vantagem sobre Bósnia e Grécia, que se empataram mutuamente: os bósnios venciam por 2-0 aos 15 minutos, mas permitiram a igualdade no segundo tempo.

O resultado mais surpreendente da noite aconteceu em Basileia, palco do Suíça-Dinamarca. Os suíços – adversários da selecção portuguesa na meia-final da final four da Liga das Nações, a 5 de Junho, no Estádio do Dragão – venciam confortavelmente por 3-0 aos 76’. Mas os dinamarqueses conseguiram uma recuperação épica, que começou aos 84’ por intermédio de Jorgensen. Gytkjaer, aos 88’, deixou o marcador na diferença mínima. O encontro entrou no período de compensação e, já aos 90+3’, Dalsgaard resgatou um ponto que parecia impossível para a Dinamarca.

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