A Praça do Giraldo, em Évora, foi o palco dos festejos do algarvio João Rodrigues, vencedor da 37.ª edição da Volta ao Alentejo. Neste domingo, após a sexta e última etapa, ganha pelo espanhol Enrique Sainz (Euskadi), o ciclista português, da W52-FC Porto, conservou três segundos de vantagem para Luís Mendonça (Rádio Popular-Boavista) e quatro para o espanhol e companheiro de equipa Raul Alarcón.

Mendonça, que tinha prometido luta até ao final dos 152 quilómetros da derradeira etapa, entre Portalegre e Évora, não conseguiu somar o segundo triunfo consecutivo na prova, depois de vencer em 2018.

Camisola amarela chegou a estar em perigo

A tirada deste domingo, com final no mítico Giraldo, em Évora, trouxe alguma animação, com a “fuga do dia” a ser lançada ao quilómetro 16. Oito corredores escaparam, sendo que o mais bem colocado dos fugitivos, o português Gonçalo Leaça (LA Alumínios), chegou a “ameaçar” a camisola amarela de João Rodrigues, quando a fuga teve mais de seis minutos de avanço.

Os intentos de Leaça não foram, no entanto, seguidos pelo restante pelotão, que “absorveu” os fugitivos a 18 quilómetros da meta. A chegada foi feita a alta velocidade, até Évora, e Enrique Sanz somou, novamente ao sprint – uma constante nesta Volta –, o terceiro triunfo na prova, batendo o britânico Gabriel Cullaigh (Team Wiggins) e o espanhol Mário González (Euskadi-Murias).

“Foram três vitórias, com três trabalhos da equipa fenomenais. Vínhamos para isto, para vencer etapas. Ganhar três em quatro não está mal”, disse o basco, que vestiu a camisola amarela em duas etapas.

Nas restantes camisolas, além da amarela de João Rodrigues, Luís Mendonça (classificação por pontos), Tobias Foss (juventude), James Fouché (montanha) e a W52-FC Porto (melhor equipa) confirmaram a liderança nas classificações que já encabeçavam no dia anterior.

Para João Rodrigues, de 24 anos, esta camisola amarela foi a primeira numa prova por etapas e o ciclista detalhou a estratégia na corrida. “A equipa toda está bastante forte. Era um objectivo ganhar a Volta ao Alentejo. O Raul [Alarcón] também estava muito bem. Tentámos fazer a diferença na etapa de sábado, na parte da manhã, mas não conseguimos: o [Luís] Mendonça esteve bastante bem. No contra-relógio conseguimos ser os mais fortes e, aqui [última etapa, em Évora], foi tentar não perder tempo”, disse, falando, ainda, do trabalho da equipa neste domingo: “Parece que ia numa bolha, com a equipa toda à volta. Não apanhei nada de ar, foi perfeito. Um grande obrigado a todos eles”.

Raúl Alarcón, que subiu ao lugar mais baixo do pódio, deixou elogios ao companheiro de equipa. “O João é sempre um grande trabalhador, um grande amigo de todos e merece esta vitória”, disse o vencedor das últimas duas Voltas a Portugal.