A tauromaquia em defesa da verdade contra as realidades alternativas

Querem protestar? Claro que sim. Defenderemos o direito de quem o quer fazer. Querem noticiar o protesto? Claro que sim, mas não se esqueçam nunca da verdade e de referir os sucessos.

Considero-me uma pessoa sensata e só protesto publicamente quando entendo haver razões imperativas que me obriguem a fazê-lo. Faço-o hoje, dirigindo-me a todos os OCS nacionais, mas com especial atenção à TVI e à SIC.

Não procuro o conflito, pois não faz parte dos valores pelos quais me oriento, mas não posso deixar passar em claro e não condenar a forma como ambos os canais noticiaram o que se passou em Santarém, este domingo (dia 17), durante uma memorável corrida de toiros na maior praça do País.

Para a SIC e para a TVI, o importante foi a mentira repetida e propagandeada por uma dezena de... pessoas. Os muitos insultos, ameaças e a falta de respeito que vi e ouvi em Santarém não vão fazer com que responda da mesma forma. Estes dois canais foram cúmplices de um incitamento ao ódio sem precedentes e pela omissão da realidade. E a realidade é só uma: 10.000 pessoas assistiram à corrida de toiros na maior praça do País, enquanto dez protestavam na rua.

No passado domingo, dia 17 de março, em Santarém, teve lugar a abertura de temporada tauromáquica na capital do Ribatejo. Foi o reinício de ciclo da Praça de Toiros Monumental Celestino Graça. As condições meteorológicas não estavam favoráveis, mas a vontade de mostrar a vitalidade da tauromaquia era tão forte que, mesmo sob tempestade, estas pessoas estariam presentes em Santarém.

Eu estive lá e assisti a uma verdadeira onda de alegria e de sucesso, em torno de tudo o que ali se passou.

Cerca de 10.000 pessoas, repito 10.000 pessoas, na data menos forte da Monumental Celestino Graça, acorreram a Santarém e assistiram à corrida de toiros que iniciou o novo ciclo de gestão da praça, através de uma associação de jovens escalabitanos, que entenderam repor a importância de Santarém, capital do Ribatejo, como a referência da tauromaquia em Portugal.

Esta praça de toiros, atualmente a maior de Portugal, com uma lotação de aproximadamente 11.600 espectadores, teve nos últimos anos uma má relação com o público, não conseguindo atrair muitas pessoas aos espetáculos ali realizados. As razões foram várias, mas uma coisa é certa e sabida: os aficionados em Santarém e em Portugal existem. Somos muitos, muitos mais do que a propaganda manda dizer nos diversos OCS deste País. O que Santarém, na sua recente história, não soube fazer foi cativá-los. Agora, com um novo modelo de gestão, com uma dinâmica comunitária, com um verdadeiro envolvimento de todos, encontrou-se a receita para encher esta praça de toiros e mostrar o que todos sabemos, mas os OCS insistem em não ver, ouvir e mostrar: a tauromaquia está a rejuvenescer-se e mudar. Está a refrescar-se e a robustecer-se a olhos vistos. Está a perder a ‘timidez’ de se mostrar, em se afirmar.

Isto, que acabei de descrever, é o relato fiel do que se passou em Santarém, no passado domingo, dia 17 de março!

Curiosamente, para não dizer maldosamente, mentirosamente, falsamente, enganosamente, os dois canais de televisão (SIC e TVI) deram importância a uma dezena de pessoas mal-educadas e provocadoras. Um grupinho que resolveu ir para as bandas da praça de toiros, mais uma vez de forma insultuosa, desrespeitadora e ofensiva, dizer e gritar uns disparates para as câmaras de televisão, ao abrigo de não sei o quê.

Dar relevo a dez desordeiros, esquecendo-se de referir os 10.000 ‘magníficos’ que ordeiramente assistiram a um espetáculo cultural, só pode ser resultado da encomenda de alguém ou consequência de uma cegueira e total ignorância para tudo o que de importante ali aconteceu. Querem protestar? Claro que sim. Defenderemos o direito de quem o quer fazer. Querem noticiar o protesto? Claro que sim, mas não se esqueçam nunca da verdade e de referir os sucessos.

Esquecer 10.000 aficionados não são critérios editoriais, nem rigor e muito menos factualidade. Eu chamo a isso omissão intencional, realidade alternativa, falta de profissionalismo, desonestidade intelectual e procura da ‘palhaçada’ e do ‘folclore’ em vez da verdade. A verdade não pode ser tratada como um reality show à procura de audiências.

Se estes canais já perderam o respeito por si próprios, não podem perder o respeito pelos telespectadores e por quem trabalha todos os dias em defesa de um setor importante para o País. A tauromaquia é um great show, que merece o verdadeiro reconhecimento do público, do País.

Estas atitudes merecem que os aficionados respondam de igual forma ao tratamento que lhes é dado. Cansámo-nos. Vamos adotar medidas e estar muito atentos a quem nos for incorreto e respeitaremos quem nos respeita.

O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

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