Idai: “Aos poucos, as condições vão sendo repostas”, garante Secretário de Estado

José Luís Carneiro está na Beira, centro de Moçambique, para avaliar as necessidades da comunidade afectada pelo ciclone. Há grupo de portugueses que se mantém incontactável, revela ao PÚBLICO.

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Organizações tentam suprir necessidades básicas daniel rocha
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“Ainda é visível uma comoção grande na comunidade que enfrenta os desafios do dia-a-dia. Mas, aos poucos, as condições vão sendo repostas. Existe, contudo, a percepção de que será preciso bastante tempo para as coisas voltarem ao normal”. José Luís Carneiro, o secretário de Estado das Comunidades, descreveu ao PÚBLICO, por escrito, a situação que se vive na Beira, centro de Moçambique, após a passagem do ciclone Idai.

Este sábado, a contagem de vítimas mortais da tragédia subiu para 417, avançou o Governo moçambicano. José Luís Carneiro garante que, dos milhares de pessoas resgatadas pelas autoridades, não se contavam, para já, portugueses. Mas existe um grupo de cidadãos portugueses que as autoridades ainda não conseguiram contactar: “Na lista dos mortos, sempre em actualização, não há cidadãos portugueses. Há um grupo com o qual ainda não conseguimos contactar”.

O Secretário de Estado das Comunidades diz que as autoridades portuguesas presentes no terreno reunirão esforços para tentar localizar os portugueses que não estão contactáveis. O governante confirma que recebeu pedidos de famílias que desconhecem a localização dos seus entes queridos e uma das prioridades neste sábado será garantir a segurança desses cidadãos.

O primeiro de dois aviões C-130 com apoio português às operações de socorro chegou ao início da tarde de sexta-feira ao aeroporto da Beira. Um segundo C-130 com apoio português aterrou na manhã deste sábado na Beira, transportando uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Protecção Civil, elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.

Repor o correcto funcionamento do consulado é outra das prioridades para o secretário de Estado das Comunidades: só na tarde de sexta-feira foi possível obter electricidade a partir de um gerador localizado na parte inferior do edifício. “Continuamos sem internet e com comunicações móveis difíceis. Há pessoas que deixaram as suas casas e estão em casas de amigos, familiares, residenciais, hotéis. Temos feito um porta a porta, eu próprio fui falar com as pessoas”, explicou José Luís Carneiro.

Suprir as necessidades alimentares, de vestuário e avaliar os danos provocados às habitações estão também na lista do governante, que se encontra na Beira, centro de Moçambique, uma das regiões afectadas pelo ciclone Idai. O secretário de Estado das Comunidades pensa já na recuperação dos edifícios destruídos, garantindo que tem sido feito o trabalho de assegurar financiamento para o trabalho de reconstrução: “Foi possível encontrar um acordo [de financiamento] para recuperar as escolas portuguesas da Beira”. O Secretário de Estado diz ainda que será feito um levantamento da destruição nas empresas de portugueses “para efeitos de operacionalização de apoios”.

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