Mais de mil pessoas no “último adeus” ao arcebispo emérito Maurílio de Gouveia

A missa, presidida pelo actual arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, começou às 15h e quase encheu a Sé Catedral de Évora.

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Maurílio de Gouveia (ao centro, à esquerda) tinha 86 anos. Morreu vítima de doença prolongada. PEDRO CUNHA

Mais de mil pessoas participaram esta sexta-feira no “último adeus” ao arcebispo emérito de Évora Maurílio de Gouveia, na missa exequial realizada na Sé Catedral da cidade alentejana, onde foi lida uma mensagem do Papa Francisco.

A missa, presidida pelo actual arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, começou às 15h e quase encheu a basílica metropolitana, com a presença de familiares de Maurílio de Gouveia, falecido na terça-feira, e de membros do clero, de representantes de entidades civis e militares e de muitos populares.

O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, o núncio apostólico em Portugal, Rino Passigato, o arcebispo Francisco Senra Coelho, bispos de várias dioceses do país, cónegos, padres e seminaristas integraram o cortejo inicial com que começaram as exéquias.

A mensagem do Papa, assinada pelo seu secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, e lida por Rino Passigato, endereçou à Arquidiocese de Évora as condolências de Francisco e “uma consoladora bênção apostólica”.

Na homília, o arcebispo de Évora resumiu o percurso de Maurílio de Gouveia e a sua intervenção na arquidiocese, destacando o seu “empenho pastoral” e “trabalho de proximidade com as comunidades católicas locais”.

“Sentimos que a tristeza de o ver partir nunca nos fará esquecer a alegria de o ter tido”, afirmou, referindo que o arcebispo emérito, “adverso ao fútil e ao banal”, sempre teve como “uma das atitudes mais vincadas” do seu ministério a capacidade de “reflectir com a Igreja e procurar ler os sinais dos tempos”.

Aos jornalistas, antes da missa, o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, já tinha afirmado ser um admirador de Maurílio de Gouveia “pela sua simpatia, simplicidade” e “entrega à missão”, considerando-o “um bispo próximo, como agora gosta de dizer o Papa Francisco, um pastor com cheiro a ovelha”, que percorreu toda a arquidiocese.

No final da missa, que durou cerca de duas horas, a urna com os restos mortais foi transportada por cónegos para o carro funerário que, acompanhado a pé pelo cortejo, formado por elementos do clero e por populares, se dirigiu à Igreja do Espírito Santo.

Um outro carro funerário transportou as coroas de flores que estiveram depositadas junto da urna em câmara ardente na Sé Catedral, uma delas, a maior, enviada por Marcelo Rebelo de Sousa, com a mensagem: “Sentida homenagem do Presidente da República”.

Pelas ruas do centro histórico de Évora, muitos turistas, de telemóvel ou máquina fotográfica em punho, interromperam os seus percursos para tirarem fotografias, à passagem do cortejo fúnebre.

Cerca das 17h25, a urna, carregada por diáconos, foi levada para o interior da Igreja do Espírito Santo, onde Maurílio de Gouveia fica tumulado numa das capelas laterais, no Panteão dos Arcebispos.

Nascido a 5 de Agosto de 1932 no Funchal (Madeira), para onde regressou depois da posse do seu sucessor em Évora, Maurílio Jorge Quintal de Gouveia foi ordenado sacerdote em 1955, passando a liderar, 26 anos depois, a arquidiocese de Évora.

Foi arcebispo de Évora durante quase 27 anos, entre Setembro de 1981 e Fevereiro de 2008, tendo falecido esta terça-feira, na Madeira, aos 86 anos, vítima de doença prolongada.

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