Martin Parr retratou o absurdo do turismo de massas

Martin Parr
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Martin Parr

“O turismo é a maior indústria do mundo”, disse Martin Parr à The New Yorker, em 2010. Todos conhecemos ou já vimos hordas de viajantes que se conglomeram junto aos costumeiros e esgotados pontos de interesse turístico e que deixam um rastro de destuição à sua passagem. Há demasiados olhos (e câmaras fotográficas) sobre a Mona Lisa, demasiados corpos no elevador da Torre Eiffel, demasiadas almas em torno de Stonehenge, demasiadas gôndolas nos canais de Veneza, demasiadas poses repetidas com a Torre de Pisa em pano de fundo, demasiado ruído na Capela Sistina, tantas pessoas quanto pedregulhos junto à Acrópole. De repente, o mundo parece pequeno demais para tanta gente?

O livro Small World, do fotógrafo da agência Magnum Martin Parr, é um clássico de 1996 que foi reeditado, há poucos meses, pela Dewi Lewis, que lhe acrescentou 40 imagens inéditas e igualmente icónicas. A superlotação dos locais, a onmipresença da cultura de consumo, o comportamento humano atípico (e tão tipicamente turístico) estão na mira deste fotolivro satírico e mordaz que, apesar de ter sido lançado há 23 anos, não perdeu actualidade. “Sinto interesse pela grande charada, pela contradição entre a mitologia dos locais e a realidade”, declarou o fotógrafo à mesma revista norte-americana. “Eu regresso contantemente ao tema do turismo, no meu trabalho. Os spots turísticos são os melhores locais para fotografar pessoas. Além disso, o turismo é um fenómeno que nunca diminui; apenas cresce.”

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