ERC pede aos media portugueses que limitem acesso ou retirem imagens do atentado na Nova Zelândia dos sites

A entidade reguladora considerou que as imagens não foram alvo do “devido tratamento editorial nas páginas electrónicas de órgãos de comunicação social” portugueses – sendo que, nalguns casos, permanecem acessíveis, “em toda a sua crueza e violência”.

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O ataque na Nova Zelândia fez 50 mortos e 48 feridos LUSA/MICK TSIKAS

Depois das queixas que recebeu acerca da cobertura jornalística dos meios de comunicação portugueses do atentado na Nova Zelândia, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) emitiu, nesta quarta-feira, um parecer onde conclui que “a exibição [destas imagens] é susceptível de afectar os públicos sensíveis” e por isso pede aos meios de comunicação que limitem o seu acesso ou que as removam.

O Conselho Regulador da ERC insta os meios de comunicação a limitarem “quer através dos meios técnicos ou tratamento editorial adequado” o acesso às imagens do atentado, filmadas pelo próprio atacante, que as transmitiu pela Internet ou que as removam integralmente dos seus sites.

A entidade reguladora considerou que as imagens não foram alvo do “devido tratamento editorial nas páginas electrónicas de órgãos de comunicação social” portugueses – sendo que, nalguns casos, permanecem acessíveis, “em toda a sua crueza e violência”, a audiências potencialmente susceptíveis, como os menores de idade.

Na última sexta-feira, dia do ataque, a ERC confirmou à agência Lusa que recebeu várias queixas sobre a cobertura jornalística dos media portugueses do atentado na Nova Zelândia, sem detalhar o número de queixas nem o conteúdo das mesmas.

As imagens do ataque do passado dia 15 foram transmitidas em directo no Facebook – e divulgadas, posteriormente, por algumas televisões portuguesas.

O Facebook, o YouTube e o Twitter tiveram dificuldades em impedir a circulação na Internet das imagens do ataque desta sexta-feira em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. “Infelizmente, ainda não existe tecnologia para remover este tipo de conteúdo horrendo de forma precisa e automática de serviços de livestreaming”, explicou ao PÚBLICO Hany Farid, professor de ciência da computação na Faculdade de Dartmouth, nos EUA.

Pelo menos 50 pessoas morreram e 48 ficaram feridas no ataque a duas mesquitas em Christchurch​, na Nova Zelândia. Os ataques tiveram início às 13h40 (0h40 em Lisboa) nas mesquitas de Al Noor, em Hagley Park, e de Linwood Masjid.

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