Isabel dos Santos reeleita para conselho de administração da angolana Unitel

A Unitel está em conflito aberto com a brasileira Oi, que reclama o pagamento de dividendos em atraso.

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Nelson Garrido

Isabel dos Santos foi esta terça-feira reeleita por unanimidade para o conselho de administração da operadora angolana Unitel, para o período 2019/21, entrando a equipa em funções até 6 de Maio próximo, indica um comunicado da assessoria da empresária divulgado pela Lusa.

Segundo o documento, a decisão foi tomada na assembleia-geral da operadora de telecomunicações angolana, que decorreu ao longo de todo o dia de terça-feira em Talatona, a sul de Luanda, em que estiveram presentes os representantes dos quatro accionistas que detêm a totalidade do capital social da empresa.

No comunicado é indicado que o novo conselho de administração, que integra mais quatro nomes - Amílcar Safeca, Miguel Geraldes, João Boa Quipipa e Luiz Rosa -, entrará em funções até 6 de Maio, com o presidente a ser eleito na primeira reunião, nos termos previstos da lei.

Actualmente, o conselho de administração da Unitel é liderado por Isabel dos Santos, empresária e filha do ex-Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.

Conflito aberto

A empresa brasileira Oi, que herdou a posição da antiga Portugal Telecom na operadora móvel angolana Unitel, anunciou há umas semanas que tem a receber dos seus parceiros nesta empresa mais de 600 milhões de euros referentes a dividendos em falta e à desvalorização da participação de 25% na empresa, em virtude da actuação dos restantes parceiros angolanos. Em 2015, a Oi avançou com um processo de arbitragem em Paris contra os outros accionistas da Unitel – entre eles, a empresária Isabel dos Santos e a petrolífera Sonangol –, reclamando o pagamento desta quantia em dividendos referentes a exercícios de anos anteriores que a operadora começou a reter ainda no tempo da antiga PT.

Na Unitel, Isabel dos Santos tem 25% do capital e está em igualdade de circunstâncias com a Sonangol (accionista da Galp e do BCP), a Geni (veículo de que se diz reunir outros investidores angolanos, mas também que está ligado ao general Leopoldino do Nascimento “Dino”) e a PT Ventures (sociedade da empresa brasileira Oi, que antes pertencia à Portugal Telecom), que também têm posições de 25%.

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