Erdogan mostrou imagens do atentado na Nova Zelândia em comícios

Presidente turco disse que o massacre nas mesquitas faz parte de uma conspiração maior contra os muçulmanos e contra o seu país.

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Reuters/HANDOUT
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O Presidente turco, Recep Erdogan, mostrou parte das imagens de vídeo do atentado terrorista de sexta-feira que matou 50 pessoas em mesquitas da Nova Zelândia em comícios no fim-de-semana e disse que aquele ataque faz parte de uma conspiração maior contra o seu país. Ameaçou devolver “dentro de caixões” quem tentar levar essa batalha para Istambul.

Erdogan está em campanha eleitoral (as eleições são a 31 de Março) e procura aumentar o apoio para o seu Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), islamista, e usou o atentado nas mesquitas como exemplo de uma guerra global contra os muçulmanos.

“A 16.500 quilómetros de distância, estão a pôr-nos à prova. Este não foi um acto de um indivíduo, isto foi organizado”, disse noutro comício, nesta segunda-feira em Canakkale. 

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, condenou a exibição das imagens.

Segundo Erdogan, o terrorista australiano que matou 50 pessoas na Nova Zelândia, ameaçou-o e à Turquia — e tinha como um dos seus objectivos libertar o noroeste da Turquia dos turcos. A Turquia é um país de maioria muçulmana, a sua maior cidade, Istambul, divide-se entre a Europa e a Ásia. 

“Estamos aqui há mil anos e, se Deus quiser, vamos permanecer aqui até ao apocalipse”, disse Erdogan, citado pelo jornal britânico The Guardian. O Presidente participava num comício comemorativo da campanha de Gallipoli quando o exército otomano derrotou as forças britânicas (que incluíam australianos e neozelandeses, em 1915.

“Não transformarão Istambul em Constantinopla”, disse, referindo-se ao nome que a cidade tinha durante o período bizantino, cristão, antes da conquista otomana (muçulmana) em 1453.

Erdogan foi reeleito no ano passado. Mas o seu partido enfrenta dificuldades nas vésperas das eleições locais devido à recessão económica. Erdogan está em campanha classificando as eleições de “cruciais” para a “sobrevivência” da Turquia e sublinhando as ameaças ao país, no topo das quais põe as milícias curdas e os ataques contra os muçulmanos no mundo.

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