Destroços de aeronave que caiu em Bragança recolhidos para perícias

O avião ultraligeiro de dois lugares pertencia ao Aeroclube de Bragança. A aeronave, de fabrico checo, era usada em passeios de recreio e tinha sido adquirida há dois meses.

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O acidente com uma aeronave, em Bragança, provocou dois mortos PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Os destroços da aeronave que caiu no sábado, em Bragança, provocando duas vítimas mortais, estão a ser recolhidos para o hangar de Viseu do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) para perícias.

A fuselagem e restantes peças espalhadas por um descampado perto da aldeia de Varge, em Bragança, começaram a ser recolhidas depois de uma equipa de dois peritos do GPIAA ter chegado ao terreno por volta das 9h e feito uma investigação preliminar. Os trabalhos terminam no local do acidente, mas a equipa prosseguirá com o estudo do que restou da aeronave no hangar da entidade portuguesa responsável pela investigação de acidentes aéreos, como avançou este domingo fonte do Aeroclube de Bragança (ACB) no local.

A aeronave ultraligeira de dois lugares era propriedade do Aeroclube e as vítimas são dois pilotos membros desta organização: um conhecido empresário de Bragança, de 60 anos, e um jovem piloto da TAP, de 26 anos.

A tarefa de juntar os destroços coube aos bombeiros voluntários de Bragança, depois de os peritos responsáveis pela investigação terem recolhido indícios para reconstituírem o que se terá passado, como explicou o segundo comandante, Carlos Martins. As peças da aeronave serão acondicionadas num veículo e transportadas para o hangar de Viseu, com as autoridades locais a preverem que as conclusões do inquérito “ainda vão demorar algum tempo”.

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PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

O acidente ocorreu perto das 18h de sábado, quando os dois pilotos realizavam um voo de recreio, habitual entre os membros do Aeroclube para fazerem treino. Os destroços ficaram espalhados num descampado próximo da aldeia de Varge, a cerca de cinco quilómetros do aeródromo municipal de Bragança, de onde a aeronave descolou por volta das 17h30.

Os corpos das vítimas foram retirados do local ainda na noite de sábado e encaminhados para o Instituto de Medicina Legal de Bragança, onde deverá ser realizada a autópsia, na segunda-feira, segundo fonte do aeroclube.

Este acidente aéreo foi o primeiro com vítimas mortais, em Bragança, segundo disse, no sábado, o director do aeródromo municipal, Orlando Gomes. “É a primeira vez que acontece uma situação desta amplitude”, afirmou o responsável pela infra-estrutura aeronáutica, onde está sediado o Aeroclube de Bragança, proprietário do avião ultraligeiro com dois lugares usado em passeios de recreio e adquirido há dois meses. O avião é de fabrico checo e tem matrícula de 2007.

A direcção do Aeroclube de Bragança (ACB) lamentou a perda de “dois amigos” e manifestou “enorme pesar pela situação dolorosa”, em particular à família das vítimas. “É com profundo pesar que o Aeroclube de Bragança vive um dos momentos mais trágicos da sua existência, a perda de dois amigos”, expressou em comunicado.

O Aeroclube de Bragança refere que “as causas do acidente são ainda desconhecidas” e recordou que no mesmo dia a aeronave fez uma viagem de ida e volta entre Bragança e Leon pilotada por um associado do ACB. Esse piloto garantiu que “o avião estava em perfeitas condições, não escondendo a incredulidade que a situação causou em toda a “família do ACB”, bem como a toda a equipa que opera no aeródromo municipal de Bragança”.

“De momento, a direcção do ACB tem a sua atenção centrada nos familiares dos dois ‘companheiros’, prestando-lhes toda a solidariedade”, indica ainda, referindo-se a este como um “dia de luto para o Aeroclube de Bragança e para toda a aviação civil nacional”.

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