Pizarro só se recandidata à distrital do PS-Porto se for eleito eurodeputado

Costa terá tentado a demovê-lo de entrar na lista para o Parlamento Europeu, dizendo que ele seria mais útil na política nacional.

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Costa com Pizarro em 2017, quando o líder federativo foi o candidato do PS à Câmara do Porto Paulo Pimenta

Manuel Pizarro, que integra a lista do PS ao Parlamento Europeu em nono lugar, só será de novo candidato à liderança federação distrital do partido, se for eleito eurodeputado nas eleições de 26 Maio. As eleições para as federações socialistas e para as concelhias realizam-se depois das legislativas de Outubro e, no Porto, já há pessoas a movimentarem-se, tentando encontrar uma alternativa a Pizarro.

“Só avançarei para uma candidatura se for eleito eurodeputado”, afirmou ao PÚBLICO Manuel Pizarro, declarando que o “Porto é o único distrito que pode aspirar a eleger dois eurodeputados”, Isabel Santos e ele próprio.

 “Sei que há pessoas interessadas em debater o futuro da federação, mas quero deixar claro que, antes das eleições no partido há duas outras que são prioritárias para o PS-Porto: as europeias e as legislativas. Daí que qualquer debate que se faça agora é a destempo”, acrescentou o líder da maior federação do partido.

O candidato a eurodeputado não encontra “nenhuma vantagem” em abrir a discussão agora sobre as eleições para a federação e garante: “Só tomarei uma decisão em Outubro, depois de avaliar os resultados eleitorais do PS no distrito”. Por outro lado, sublinha que “ser candidato a eurodeputado não é incompatível com ser presidente da federação distrital do PS-Porto. Não há nenhuma incompatibilidade política nem de disponibilidade”.

As eleições para a distrital foram abordadas segunda-feira numa reunião interna do partido. Fontes socialistas garantem ao PÚBLICO que Pizarro desafiou putativos candidatos a aparecer, mas o próprio não confirma esta versão. As mesmas fontes adiantam que o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, está já no terreno a reunir apoios para uma eventual candidatura ao PS-Porto. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, ouvir José Manuel Ribeiro.

A forma como Manuel Pizarro conduziu o processo das europeias foi muito criticada, porque não conseguiu que Costa cedesse. A nona posição para o Porto foi considerada “desprestigiante” para os militantes, alguns dos quais defendiam que a distrital não devia aceitar aquele lugar. Assinalaram que, em 2014, o PS-Porto liderou a lista ao Parlamento Europeu, com Francisco Assis a número um e Elisa Ferreira em quarto lugar.

Ao que o PÚBLICO apurou, António Costa conversou com Manuel Pizarro, dizendo-lhe que ele era mais útil na política nacional do que como eurodeputado. Costa, contudo, não terá feito um convite formal a Pizarro para ocupar um lugar num eventual futuro Governo do PS saído das legislativas de Outubro.

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