Itália investiga morte de testemunha das festas “bunga bunga” de Berlusconi

Imane Fadil, uma das modelos presentes nas festas eróticas do ex-primeiro-ministro italiano, disse ter sido envenenada pouco antes de morrer. As primeiras perícias médicas não estabeleceram a causa da morte.

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À esquerda, Imane Fadil, morreu a 1 de Março EPA/DANIELE MASCOLO

As autoridades italianas abriram uma investigação sobre a morte de Imane Fadil, uma modelo marroquina que participou nas famosas festas “bunga bunga” de Silvio Berlusconi, e que testemunhou em tribunal contra o ex-primeiro-ministro italiano no processo em que este era suspeito de envolvimento com uma rapariga menor de idade —  Karima El Mahroug, outra modelo marroquina conhecida como Ruby, que daria o nome ao Rubygate.

Fadil tinha de 33 anos e morreu no dia 1 de Março, um mês depois de ter dado entrada num hospital em Milão com fortes dores de estômago. Na altura, a modelo disse a amigos e ao seu advogado que tinha sido envenenada.

“Os médicos não identificaram com certeza nenhuma patologia que possa explicar a morte”, disse à Reuters o procurador-chefe de Milão, Francesco Greco, que fala em “várias anomalias” nos registos clínicos de Fadil.

A modelo testemunhou no julgamento de Berlusconi em 2012, dizendo que as festas em casa do antigo primeiro-ministro envolviam jovens vestidas de freiras em danças no varão. Berlusconi, por seu turno, utilizava uma máscara do futebolista brasileiro Ronaldinho Gaúcho. Fadil também revelou ter recebido dois mil euros para participar numa dessas festas.

Berlusconi foi inicialmente condenado neste caso a sete anos de prisão, mas acabou por ser absolvido em sede de recurso, ao concluir-se que não havia provas que o magnata soubesse que uma das modelos era menor.

Nos últimos tempos, segundo a imprensa italiana, Fadil estaria a escrever um livro sobre Berlusconi e outras figuras próximas do ex-primeiro ministro italiano. A obra não chegou a ser publicada mas a justiça transalpina já tem em sua posse uma cópia do manuscrito.

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