Parlamento aprova diploma que permite fotografia digital nas bibliotecas e arquivos públicos

Poderão ser usadas máquinas fotográficas, telemóveis ou computadores portáteis, desde que salvaguardada "a preservação dos documentos e a não perturbação de terceiros". Mas será preciso regulamentar também a recolha de imagens, por exemplo, dos livros - já que hoje essa é uma das fontes de receita das instituições.

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Nuno Ferreira Monteiro

A Assembleia da República aprovou um texto com base num projecto do PS que vai permitir a fotografia digital nas bibliotecas e arquivos públicos, bem como o acesso a esses espaços com dispositivos digitais de uso pessoal. O diploma, apresentado pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto,​ teve apenas a abstenção do PSD.

Em Maio do ano passado, o projecto de lei do PS tinha sido aprovado na generalidade com a abstenção do PSD e do CDS-PP e os votos favoráveis das restantes bancadas.

Os socialistas justificaram a iniciativa legislativa com a crescente “desmaterialização do conhecimento”, que permite o acesso ao mesmo “de forma mais democrática, simples, célere e globalizada, nomeadamente através do uso de tecnologias de informação e comunicação”.

Salientando que, em todas as áreas, as bibliotecas e arquivos públicos “continuarão a ser instituições de referência obrigatória para a investigação científica e académica”, o projecto de lei do PS vai permitir o acesso dos cidadãos a estes espaços com os seus dispositivos digitais - como máquinas fotográficas, telemóveis ou portáteis - de uso pessoal, desde que salvaguardada “a preservação dos documentos e a não perturbação de terceiros”.

“Adicionalmente, pretende-se ainda legislar no sentido de permitir a recolha de fotografias digitais para investigação académica e para uso privado da documentação à guarda das bibliotecas e arquivos públicos”, é referido no diploma.

Para os socialistas, esta iniciativa “terá como resultado desonerar os custos globais de investigação académica para investigadores” e ocorre já em instituições de referência internacional.

“Salvaguardando-se quer a protecção legal dos direitos de autor e da propriedade intelectual quer a preservação dos documentos que carecem de especiais necessidades de manuseio e conservação, a presente iniciativa introduzirá vantagens evidentes para os investigadores e para as instituições, agilizando e desburocratizando o acesso”, destacam os autores do projecto.

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