Portugal poupou 1270 milhões em juros com subidas de rating

A S&P subiu esta sexta-feira a nota atribuída a Portugal. “Terá impacto directo” nos custos de financiamento das famílias, empresas e Estado, diz ministro das Finanças.

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Miguel Manso

O ministro das Finanças disse esta sexta-feira, à Lusa, que o Estado poupou 1270 milhões de euros com as emissões de dívida desde Setembro de 2017, altura em que Portugal voltou a ter uma notação de investimento.

Em declarações à Lusa, a propósito da subida esta sexta-feira do rating de Portugal pela Standard & Poors (S&P), Mário Centeno afirmou ainda que esta melhoria “reflecte o reconhecimento de transformações estruturais na economia e terá impacto directo” nos custos de financiamento das famílias, empresas e Estado.

“Trata-se de uma decisão que contribui para reforçar a confiança dos investidores e a credibilidade externa de Portugal, com impacto directo nos custos de financiamento das famílias das empresas e do Estado”, acrescentou o ministro das Finanças.

A S&P subiu esta sexta-feira a nota atribuída a Portugal de “BBB-” para “BBB”, dois níveis acima do grau de investimento especulativo, atribuindo-lhe uma perspectiva estável.

Mário Centeno recordou que em 15 de Setembro de 2017, há 18 meses, a S&P foi a primeira das principais agências de rating a colocar a dívida portuguesa de novo com a notação de investimento.

“Foi um sinal positivo e ao mesmo tempo muito claro do retorno à normalidade do financiamento da República Portuguesa”, disse o ministro, adiantando que, desde essa altura, “Portugal emitiu 23.420 milhões de euros em dívida nas diferentes maturidades”.

“E dado este reconhecimento e o percurso que fizemos nos mercados financeiros, pagámos menos 1270 milhões de euros em juros apenas nestas emissões”, adiantou o ministro.

“São poupanças que o Estado tem com o seu financiamento que apenas foram conseguidas pelo resultado das políticas económicas que temos seguido e pelo investimento feito em Portugal ao longo destes anos pelas empresas e pelas famílias”, argumentou.

Mário Centeno adiantou também que é preciso continuar o trabalho feito “em prol das novas gerações” e frisou que é importante a concentração da redução da dívida pública.

“Portugal hoje é de novo reconhecido pela Standard & Poor's. Devemos continuar este trabalho em prol das novas gerações. Aquilo em que é mais importante concentrar-nos, em termos de resultados para Portugal hoje, é a redução da dívida, que continua elevada”, assumiu o governante.

Sobre o impacto que esta melhoria do rating terá para Portugal, Mário Centeno frisou que “o financiamento que as empresas têm, o crédito que as famílias podem aceder, beneficia desta redução das taxas”.

“Significa que o rendimento disponível aumenta e que podemos todos em conjunto aumentar o investimento na nossa formação, nas nossas empresas. E o Estado com certeza beneficia porque os 1.200 milhões de euros que pagámos a menos em juros nas emissões desde Setembro de 2017 beneficiam o Orçamento do Estado no que é o aumento da despesa em saúde, em educação, nos transportes”, disse o ministro.

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